O Grupo de Lima criticou nesta terça-feira, 26, a presença de aeronaves militares russas na Venezuela e condenou “qualquer provocação ou desdobramento militar que ameace a paz e a segurança na região”.
Os governos de Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia também reforçaram seu pedido às nações que ainda mantêm laços de cooperação com o “regime ilegítimo de Nicolás Maduro” para que abram caminho para a restauração da democracia no país.
O alerta foi emitido depois que dois aviões militares russos aterrissaram no aeroporto internacional de Maiquetía, o mais importante da Venezuela, no último domingo 24.
De acordo com o jornal El Nacional, quase uma centena de militares russos tripulavam as aeronaves carregadas com 35 toneladas de material não especificado, sob o comando do general Vasilly Tonkoshkurov.
Nesta terça, o Kremlin defendeu a presença de seus militares no país e afirmou que sua ação é regulada pelo Acordo de Cooperação Técnico-Militar assinado em maio de 2001 pelos governos da Rússia e da Venezuela, que foi ratificado na época por ambos os países.
O governo russo ainda alegou que o cumprimento do pacto com o regime chavista independe da aprovação da Assembleia Nacional da Venezuela, comandada por Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também classificou como inadmissível a chegada de tropas russas à Venezuela para apoiar o governo de Maduro.
Em conversa por telefone ontem, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, alertou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que o governo americano não ficará de braços cruzados enquanto os russos “exacerbam” as tensões na Venezuela.
“A inserção contínua de pessoal militar russo para apoiar o regime ilegítimo de Nicolás Maduro na Venezuela aumenta o risco do prolongamento do sofrimento do povo, que respalda de forma avassaladora o presidente interino Juan Guaidó”, disse Pompeo.
Lavrov respondeu que as tentativas americanas de orquestrar um golpe de Estado na Venezuela são uma “ingerência pública” e uma violação dos estatutos da Organização das Nações Unidas (ONU).
O chanceler do governo Maduro, Jorge Arreaza, também defendeu a cooperação militar que o país mantém com a Rússia e criticou o “cinismo” dos Estados Unidos, destacando a presença de 800 bases militares americanas mantidas em territórios estrangeiros.
“A República Bolivariana da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente e manterá a cooperação militar com seus aliados no mundo para fortalecer os métodos de proteção do povo e dos territórios venezuelanos frente a qualquer agressão externa”, escreveu o ministro no Twitter.
(Com EFE)