Autoridades internacionais condenaram a prisão de Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, no início da noite de quarta-feira 8. O deputado, aliado do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, foi detido por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), a polícia política de Nicolás Maduro.
A embaixada dos Estados Unidos no país publicou em sua conta no Twitter que a detenção foi “ilegal e imperdoável”. Os representantes americanos responsabilizaram Maduro e seus “cúmplices” por qualquer perigo à segurança de Zambrano e advertiram que “haverá consequências” se ele não for imediatamente liberado.
O governo do Peru também manifestou sua contrariedade à medida “arbitrária” contra o vice-presidente da Assembleia oposicionista. “Exigimos sua liberação imediata e o fim da perseguição pelo regime ilegítimo de Maduro contra aqueles que lutam para recuperar a democracia na Venezuela”, completou o Ministério das Relações Exteriores do país.
O chanceler da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, foi mais um a rechaçar a operação da Sebin. Ele ainda atacou a Assembleia Constituinte venezuelana, aliada do regime chavista, por suspender a imunidade parlamentar dos deputados da Nacional, chamando-a de “um órgão fajuto a serviço da tirania de Maduro”.
Trujillo pediu à comunidade internacional para que atue rapidamente exigindo a libertação de Zambrano.
Outro chanceler a comentar a prisão, o argentino Jorge Faurie exigiu a garantia da integridade física do deputado e denunciou o assédio moral cometido pela Sebin ao realizar uma prisão por motivações meramente políticas.
O ministro do Chile, Roberto Ampuero, foi o último do Grupo de Lima a fazer declarações individuais sobre o caso. Ele também responsabilizou a “ditadura de Maduro” por “atropelar” os direitos humanos e intensificar a repressão sofrida pelos venezuelanos.
Na manhã desta quinta-feira, 9, o Grupo de Lima, formado por doze chanceleres de países das Américas para discutir a situação da Venezuela, publicou uma nota conjunta de repúdio à prisão de Zambrano, condenando a “afronta aos princípios democráticos e direitos humanos reconhecidos pelo direito internacional.”
O Itamaraty não se manifestou individualmente até o momento. O chanceler do governo, Ernesto Araújo, está em viagem pela Europa e se encontrou na quarta com Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro da Itália. Depois das reuniões em Roma, ele seguiu para a Hungria, com agenda ainda não divulgada.
Araújo não escreve em sua conta no Twitter, plataforma de comunicação mais usada pela administração Bolsonaro, desde o dia 3 de maio, e está se abstendo de declarações à imprensa nas últimas semanas.