Grupo mercenário avança pelo sul da Rússia e Moscou reforça defesas
Governo Putin mobiliza tropas na rodovia que liga a capital do país à área onde estão os rebeldes e prepara contraofensiva para barrar o Grupo Wagner
A Rússia está preparando uma contraofensiva para tentar conter o avanço das forças mercenárias do Grupo Wagner, que começaram na última sexta-feira, 23, uma rebelião contra o presidente Vladimir Putin. Na manhã deste sábado, 24, os paramilitares ocuparam uma base militar russa na cidade de Rostov-on-Don e as forças rebeldes agora avançam pela região de Lipetsk, ambas no sul da Rússia.
Também neste sábado, um incêndio começou em um reservatório de combustível na região de Voronezh, também no sul do país. Unidades de emergência estão no local combatendo as chamas. Ainda não há informações se o fogo teria sido causado por soldados do Grupo Wagner ou por forças russas em uma manobra de repressão.
À medida que os rebeldes avançam, autoridades reforçam a segurança em Moscou e seus arredores e se mobilizam para posicionar tropas na rodovia que liga a capital ao sul do país.
O governo também pede para que a população restrinja ao máximo seus movimentos pela capital e permaneça em casa. Até 1º de julho, todos os grandes eventos ao ar livre estão suspensos.
De acordo com a BBC, há indícios de que os mercenários estejam se dirigindo rumo a Moscou. Em resposta, foi montado um forte aparato de segurança e bloqueios nas estradas para vistoriar os veículos. Pontes que dão acesso à capital foram fechadas e, em uma medida ainda mais extrema, tratores começaram a destruir estradas que fazem fronteira com a cidade.
O prefeito de Moscou anunciou o início de um “regime de operações antiterroristas” na capital e seus arredores. A medida, na prática, autoriza as autoridades a controlar a movimentação da população e dos transportes, monitorar e até restringir as comunicações, revistar pessoas e veículos e evacuar a população, caso seja necessário.
Segundo a agência de notícias russa Tass, o governo ofereceu aos mercenários a possibilidade de anistia em caso de rendição. Em comunicado transmitido pela TV, Putin classificou a rebelião como “uma punhalada nas costas” e disse que irá punir todos os participantes da insurreição.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram veículos do Batalhão Akhmat, unidade militar da Chechênia aliada aos russos, se deslocando para ocupar as posições abandonadas pelos rebeldes do Grupo Wagner.
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