Guarda Nacional passa a usar armas em Washington enquanto Trump ameaça Chicago
Parte dos agentes passou a patrulhar capital americana com revólveres e rifles, disse funcionário do Departamento de Defesa dos EUA

Alguma das unidades da Guarda Nacional enviadas a Washington, D.C., por decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começaram a portar armas de fogo, informou o jornal britânico The Guardian nesta segunda-feira, 25, com base em um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA sob condição de anonimato. Parte dos agentes passou a patrulhar com revólveres e rifles, disse ele.
No domingo, 24, um fotógrafo da agência de notícias Associated Press avistou membros da Guarda Nacional da Carolina do Sul com armas de fogo nos coldres. Em comunicado, a força-tarefa que atua na capital americana afirmou que os revólveres serão usados “apenas como último recurso e exclusivamente em resposta a uma ameaça iminente de morte ou lesão corporal grave” e que os militares estão comprometidos com “a segurança e o bem-estar” dos moradores de Washington.
As tropas da Guarda Nacional chegaram a Washington, D.C, em 12 de agosto, um dia após Trump colocar o departamento de polícia local sob controle federal e anunciar que enviaria unidades para a capital americana com o objetivo de “restabelecer a lei e a ordem”. As acusações de que a cidade vivencia uma disparada de violência não são embasadas por dados.
Segundo o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, a criminalidade geral do distrito federal diminuiu 7% desde o ano passado, enquanto crimes violentos despencaram 26% e crimes contra a propriedade reduziram em 5%. Roubos de carros, por exemplo, caíram quase 50% em 2024 e seguem em queda este ano. A maioria dos detidos são adolescentes, e o governo federal discorda da forma como a cidade lida com a punição desses jovens.
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Cerco a outras cidades
Para além de Washington, Trump já ameaçou expandir a mobilização da Guarda Nacional para outras cidades com prefeitos democratas, como Baltimore, Chicago e Nova York. Ainda no domingo, o republicano respondeu acidamente a uma oferta do governador de Maryland, Wes Moore, de visitar Baltimore. Na Truth Social, rede social da qual é dono, Trump disse que Moore fez a pergunta “em um tom bastante desagradável e provocativo” e que, no lugar de ir à cidade, poderia “enviar as ‘tropas'”.
“O histórico de Wes Moore em crimes é péssimo, a menos que ele manipule seus números de criminalidade, como muitos outros ‘Estados Azuis’ (estados democratas) estão fazendo”, escreveu Trump, numa nova acusação infudada. “Mas se Wes Moore precisar de ajuda, como Gavin Newscum precisou em Los Angeles, enviarei as ‘tropas’, o que está sendo feito na vizinha Washington, D.C., e rapidamente eliminarei a criminalidade.”
Em particular, Chicago e Nova York estão na mira de Trump. No sábado, 23, o jornal americano The Washington Post (WP) afirmou que Pentágono passou semanas elaborando uma operação em Chicago que incluiria tropas da Guarda Nacional e forças da ativa. Questionada sobre a reportagem, a Casa Branca relembrou comentários anteriores do líder americano de que poderia ampliar a atuação dos militares. Um dia antes da matéria do WP, Trump adiantou: “Acho que Chicago será nossa próxima. E então ajudaremos Nova York”.