Guerra é ‘desagradável’, mas ‘não me arrependo’ de ataques, diz Putin
Após uma semana de bombardeios ininterruptos na Ucrânia, que deixaram 19 civis mortos, Putin disse não haver mais necessidade de ataques 'massivos'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira, 14, que “não se arrepende” de uma série de ataques com mísseis em toda a Ucrânia no início desta semana, que deixou pelo menos 19 civis mortos. Em rara entrevista coletiva no Cazaquistão, o líder do Kremlin reconheceu, cinicamente, que “o que está acontecendo agora é desagradável” e afirmou que não há mais necessidade de ataques “massivos” por enquanto.
A onda de ataques com mísseis em cidades da Ucrânia começou na segunda-feira 11, em resposta a uma explosão em uma ponte estratégica que liga a península da Crimeia à Rússia. Não está claro o que causou a explosão, mas Putin culpou Kiev pelo que chamou de “ataque terrorista” e disse que o ato não poderia ficar sem resposta.
O intenso bombardeio que se seguiu nos dois dias seguintes matou pelo menos 19 pessoas e atingiu alvos civis em todo o país, provocando indignação global. Os ataques também causaram danos aos sistemas de energia em toda a Ucrânia, forçando as pessoas a reduzir o consumo de eletricidade durante horários de pico para evitar apagões.
Putin disse que, embora não se arrependa dos ataques e acredite que as ações da Rússia foram corretas, reconhece que “o que está acontecendo agora é desagradável”. O líder do Kremlin também afirmou que não quer “destruir” a Ucrânia, como o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e líderes ocidentais alegam.
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Suas falas durante uma coletiva em Astana, no Cazaquistão, para onde Putin viajou para uma reunião da Comunidade dos Estados Independentes (organização composta de ex-estados soviéticos), ocorrem sete meses depois que a Rússia deu início ao conflito, e enquanto Moscou tenta anexar quatro regiões ucranianas, violando o direito internacional.
Quando repórteres perguntaram a Putin se ele se encontraria com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ele disse que “não vê necessidade de negociações”.
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Biden recebeu uma pergunta semelhante em uma entrevista exclusiva à rede americana CNN no início desta semana. O presidente americano disse que não vê “nenhuma razão” para se encontrar com o colega russo, embora tenha dito que talvez abrisse uma exceção para discutir o destino da estrela de basquete americana presa, Brittney Griner.