A temporada 2017 de furacões no Atlântico foi uma das mais intensas já registradas, com 17 delas tendo recebido nomes, das quais 10 foram classificadas como furacão. Os danos na região foram calculados em mais de 280 bilhões de dólares segundo o ReliefWeb, portal de informações humanitárias. Com as férias de verão no hemisfério norte se aproximando, o interesse por praias do Atlântico aumenta, apesar da época coincidir com a nova temporada de furacões: em 2018 estão previstas pelo menos nove grandes tormentas.
As ilhas do Caribe foram a região do Atlântico que mais sofreram prejuízos em 2017 — muitas delas só estão se recuperando agora da devastação. Os furacões Irma e Maria destruíram centenas de construções, deslocaram parte da população de suas casas e danificaram sistemas de energia elétrica e água encanada em muitos locais. Nos primeiros dias após os desastres naturais, comida e água eram escassas e o acesso a hospitais e outros serviços de primeira necessidade quase impossível.
Nos meses seguinte, o Caribe lutou para se reerguer. O turismo é a principal fonte de renda para a maioria das ilhas e se tornou uma das prioridades no plano de reconstrução. A organização representante do turismo local, a Caribbean Hotel and Tourism Association, elaborou uma plataforma com atualizações sobre a situação das ilhas e tem incentivado as visitas à região.
Agora, quase 9 meses depois, muitos destinos já estão funcionando normalmente, com várias opções de hotéis e infraestrutura de acesso adequada. Algumas das ilhas mais atingidas, contudo, ainda precisam de ajustes. É o caso de Barbuda e Dominica, que foram quase completamente destruídas pelas tempestades.
As férias escolares no Brasil em julho também deve aumentar o fluxo de turistas rumo ao Caribe. VEJA fez um levantamento sobre a atual situação dos locais atingidos na região, com informações sobre disponibilidade de hotéis, aeroportos e portos, comércio e atrações turísticas. As cores indicam o estado atual das ilhas e de sua recuperação. Confira:
Devastação Histórica
Entre os dias 5 e 9 de setembro, o furacão Irma atingiu diretamente as ilhas de Antigua e Barbuda, St. Martin, Anguilla, Ilhas Turks e Caicos, Bahamas e Cuba no Caribe, além dos Estados Unidos. Outras muitas ilhas foram destruídas pelos fortes ventos e chuvas, como São Bartolomeu, Ilhas Virgens Britânicas e Americanas.
Barbuda teve 95% de seus prédios e estruturas danificadas. Os custos para reparar tudo devem ultrapassar os 225 milhões de dólares – quase 16% do PIB de Antigua e Barbuda – previstos inicialmente pela ONU.
Pouco depois, Maria se tornou o mais forte furacão da temporada de 2017 e devastou a ilha de Dominica e Porto Rico. Também causou danos na República Dominicana, São Cristóvão e Nevis e algumas outras ilhas já atingidas pelo Irma.
É difícil calcular o total de mortes deixadas pelas tempestades, já que os números tendem a subir mesmo meses após os desastres, já que as inundações e a falta de energia elétrica podem causar muitas infecções e contratempos. Segundo estimativas oficiais, o Irma teria causado ao menos 146 mortes (102 só nos Estados Unidos) e o Maria mais de 300 mortes.
Porém, segundo um estudo elaborado pelo New England Journal of Medicine, um influente jornal médico, o número de vítimas fatais deixado pelo segundo furacão pode ser muito maior – só em Porto Rico, o jornal calcula que mais de 4.600 pessoas tenham morrido nos meses após a tragédia. A estimativa oficial é de 64 vítimas na ilha.
Progresso
Grande parte das ilhas atingidas já conseguiu recuperar seus aeroportos e portos, e está recebendo cruzeiros e turistas. Em Porto Rico, o aeroporto de San Juan funciona normalmente.
Em Sint Maarten, o principal terminal do Aeroporto Internacional Princesa Juliana ainda está fechado, dificultando o tráfego e diminuindo a comodidade dos visitantes, que tem de desembarcar em tendas construídas para suprir a demanda do prédio. Contudo, muitos voos têm pousado normalmente na ilha. Todo o aeroporto deve ser reformado até o final de 2018.
Energia elétrica e água encanada já foram restabelecidos nas áreas turísticas de quase todo o Caribe. Porto Rico tem conseguido garantir luz para mais de 95% de seu território e em Dominica 90% da ilha já tem cobertura de celular.
Atrações turísticas, praias e estabelecimentos comerciais nas zonas turísticas estão novamente prontos para receber visitantes em quase toda a região. Muitos hotéis foram danificados e tiveram que fechar suas portas por alguns meses. A maioria dos estabelecimentos reabriu, mas ainda há re-inaugurações programadas e algumas reformas com entregas previstas para até o final do ano.
Próxima temporada
A temporada de furacões no Atlântico acontece normalmente entre os meses de junho e novembro. Para este período em 2018, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) prevê 70% de chances de formação de 10 a 16 tempestades, das quais nove poderiam se transformar em furacões.
Ainda segundo o órgão, pelo menos um desses furacões pode crescer e evoluir para categorias maiores e mais preocupantes. A estimativa é de 45% de chances de que esta seja uma temporada com mais movimentação do que o normal.