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Guaidó: “Há comandantes e generais que querem vir para nosso lado”

Em evento em Caracas, líder oposicionista afirmou que constrói apoio para seu governo todos os dias e que tem no Brasil seu 'aliado de primeira hora'

Por Leandro Resende, de Caracas
Atualizado em 3 Maio 2019, 15h53 - Publicado em 3 Maio 2019, 14h59
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  • O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou nesta sexta-feira, 3, que há comandantes e generais dispostos a se aliar ao seu governo, apesar do fracasso do seu movimento contra o regime de Nicolás Maduro nesta semana. O oposicionista também falou sobre a importância do Brasil como parceiro de seu movimento.

    “Estamos construindo o nosso respaldo todos os dias, com várias categorias. Queremos entregar um documento aos militares para que se incorporem à nossa luta”, afirmou. “Há comandantes e generais que querem vir para nosso lado. O sonho de uma transição democrática é possível”, garantiu o líder oposicionista.

    Guaidó reuniu a imprensa na sede do partido Um Novo Tempo, que faz parte da coalizão opositora a Maduro que domina a Assembleia Nacional. O ato reuniu líderes sindicais e políticos de oposição a Maduro.

    “Queremos que as Forças Armadas venham para o lado da constituição, não de Juan Guaidó. Queremos eleições livres”, afirmou.

    “Hoje a Venezuela está determinada a cumprir nossos objetivos. Amanhã, vamos protestar em paz, vamos parar ao primeiro sinal de violência”, disse ainda o oposicionista durante o evento, em referência ao novos atos marcados para este sábado, 4, nos principais quartéis do país.

    Guaidó também lamentou mais uma vez a morte dos venezuelanos desde o começo dos protestos, na terça-feira 30. “Morreram lutando pela liberdade enquanto Maduro está usurpando a presidência”, disse.

    O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) atualizou nesta sexta o número de manifestantes mortos durante os atos de terça e quarta-feira 1 desta semana. Segundo a organização, cinco pessoas foram assassinadas, entre elas três menores de idade.

    Ao todo, foram 97 concentrações de protestos em todo o país, segundo Guaidó. “Os manifestantes saíram nas ruas não só para marcar o Dia do Trabalhador, mas para lutar por uma oportunidade cívica de recuperar a democracia na Venezuela”, disse.

    O presidente da Assembleia Nacional também admitiu que, diante da violência das forças do regime, todos os venezuelanos que protestam estão sujeitos a serem presos e, inclusive, mortos. “Mas estamos dando a nossa cara. Estamos aqui pelo país”, afirmou.

    “Vamos falar com todos os civis e militares que estão dispostos a colaborar com o governo, com o fim da usurpação”, acrescentou. “Vai haver justiça para os meninos e meninas que foram assassinados por lutar pelos sonhos dos venezuelanos”.

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    Para o oposicionista, Maduro não “tem mais respaldo, respeito e nem o coração da Venezuela”. “Peço que as Forças Armadas atendam ao chamado da Venezuela, da constituição”, completou.

    Aliado

    Guaidó também foi questionado sobre a importância do apoio brasileiro para seu governo. “O Brasil é o nosso aliado de primeira hora” disse. Ele conversou na terça-feira, por telefone, com o presidente Jair Bolsonaro.

    O oposicionista comentou sobre o encontro que o ex-prefeito de Chacao, cidade da região metropolitana de Caracas, Leopoldo López, afirmou ter tido em sua casa com militares de alto escalão. Perguntado se participou das reuniões, Guaidó não respondeu nem que sim, nem que não. “Vivemos em uma ditadura. Não seria responsável que eu desse mais detalhes desse encontro”, disse.

    López cumpria desde 2014 uma condenação de 14 anos de prisão em Caracas, que foi convertida a prisão domiciliar em 2017. Ele foi libertado na terça-feira por um grupo de militares com um “indulto presidencial” de Guaidó, que é reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de cinquenta países. Na quinta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça revogou sua prisão domiciliar e determinou seu imediato retorno ao cárcere. López está refugiado com sua família na embaixada da Espanha em Caracas.

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