Hamas diz que não negociará liberação de reféns até o ‘fim da batalha’
Anúncio ocorre um dia depois que os terroristas ameaçaram matar reféns a cada vez que o governo de Israel bombardear a Faixa de Gaza sem aviso prévio
Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas, disse nesta terça-feira, 10, que o grupo que lançou um ataque terrorista contra Israel não fará negociações para liberar reféns capturados até que os combates terminem.
“Informamos todas as partes que nos contataram sobre os prisioneiros inimigos detidos pela resistência que este arquivo não será aberto antes do final da batalha”, diz ele.
Haniyeh acrescentou que a questão dos cativos só será resolvida “nos termos do Hamas”.
O anúncio ocorre um dia depois que os terroristas ameaçaram matar reféns israelenses a cada vez que o governo de Israel bombardear a Faixa de Gaza sem aviso prévio. Na segunda-feira 9, o Estado judeu anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para invadir o território controlado pelo Hamas, implementando também um bloqueio de alimentos, água e combustível aos seus 2,2 milhões de habitantes.
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Um porta-voz do grupo palestino também afirmou que os bombardeios de Tel Aviv em Gaza mataram quatro reféns israelenses que tinham sido sequestrados durante o ataque surpresa do grupo radical islâmico, no último sábado 7.
“Os bombardeios na Faixa de Gaza nesta noite resultaram na morte de quatro prisioneiros inimigos e no martírio de seus captores, os Mujahideen de Qassam”, disse Izz ad-Din al-Qassam, porta-voz do Hamas, em comunicado pelo aplicativo de mensagens Telegram.
O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, disse que o Hamas sequestrou entre 100 e 150 pessoas, a maioria no sul do país, no sábado 7, quando ocorreu o primeiro ataque. Estimativas anteriores colocavam o número em apenas “dezenas”.
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O porta-voz militar israelense Daniel Hagari disse que, até esta terça-feira, as famílias de 50 reféns foram oficialmente notificadas, mas mais famílias serão contatadas pelo exército à medida que informações forem verificadas e a inteligência identifique os desaparecidos.
Segundo Musa Abu Marzouk, um alto funcionário do Hamas, entre os cativos estão soldados israelenses (supostamente oficiais de alta patente), juntamente com civis.
Além de israelenses, o grupo responsável pelos ataques terroristas também fez reféns e mortos de outras nacionalidades. A França disse nesta terça que não tem notícias de 13 cidadãos franceses “cuja situação é considerada muito preocupante, alguns dos quais muito provavelmente foram sequestrados”, além de ter confirmado a morte de quatro franceses nos ataques do Hamas.
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“A chantagem do Hamas após os seus atos terroristas é odiosa e inaceitável”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron.
Um casal com cidadania ítalo-israelense também está desaparecido, de acordo com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani. O casal vivia no Kibutz Be’eri, onde mais de 100 corpos foram encontrados desde que o Hamas atacou a comunidade na manhã de sábado, fazendo um número desconhecido de reféns.
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que pelo menos 11 cidadãos americanos foram mortos em ataques do Hamas – e disse que “continuaria a garantir que Israel tenha o que precisa para se defender e ao seu povo”.
O número de mortos no ataque surpresa do grupo armado, que começou no sábado, subiu para 900 em Israel. A retaliação das forças israelenses na Faixa de Gaza, por sua vez, matou mais de 700 pessoas e deixou cerca de 3.700 feridas.