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‘Hasta la vista, baby’: Boris Johnson se despede do Parlamento britânico

Com frase de efeito da saga Exterminador do Futuro, premiê britânico participou de última sessão parlamentar, após anunciar renúncia no início do mês

Por Da Redação Atualizado em 20 jul 2022, 14h46 - Publicado em 20 jul 2022, 11h20

Forçado a anunciar sua renúncia no início do mês por uma série de escândalos que levaram à retirada em massa de membros de seu próprio governo, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se despediu nesta quarta-feira, 20, do Parlamento. Sob vaias de oponentes, e alguns aplausos de aliados, usou a célebre expressão “hasta la vista, baby”, da franquia de ação Exterminador do Futuro, para tentar deixar uma marca depois de três anos à frente do Reino Unido.

“Nós ajudamos este país a atravessar uma pandemia e ajudamos a salvar outro país da barbárie. Francamente, é o suficiente”, disse o premiê, em uma referência à ajuda britânica dada à Ucrânia durante a guerra com a Rússia. “Missão amplamente cumprida. Quero agradecer a todos aqui e hasta la vista, baby”.

+ Acabou-se o que era Boris

A presença de Boris marcou sua última participação no Legislativo para as tradicionais sessões semanais de respostas às perguntas de críticos e aliados. Ainda assim, o premiê não deve sair do poder nos próximos dias, já que fica no cargo de forma interina até que seu partido, o Partido Conservador, escolha um novo líder e, por consequência, o novo primeiro-ministro. O ex-ministro Rishi Sunak larga na frente para ocupar cargo, depois de vencer a primeira rodada de votação dos parlamentares.

Nesta quarta-feira, na sessão do Parlamento, o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, perguntou a Johnson justamente sobre a campanha para escolha de seu sucessor. Sob risadas de alguns companheiros de partido, o premiê disse “não acompanhar o tema com atenção”, mas não deixou de dar “conselhos para o próximo premiê”.

“Permaneça próximo dos americanos, apoie os ucranianos, lute pela liberdade e pela democracia em todas as partes. Baixe os impostos e desregule o que puder para transformar este país no melhor lugar para viver e investir”, disse, apesar da intensa inflação que ronda o país.

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A sessão desta quarta-feira, é a última dele porque o Parlamento entre em recesso no fim desta semana até 5 de setembro, quando o novo chefe de Downing Street já será conhecido.

Em seu discurso de renúncia, em 7 de julho, Johnson já havia declarado ser “doloroso não terminar meu mandato” e que “é claramente a vontade do Partido Conservador que deve haver um novo líder e um novo premiê”.

A decisão de deixar o cargo ocorreu após uma onda de renúncias em seu gabinete entre terça-feira 5 e quarta-feira 6. Estima-se que pelo menos 50 membros de seu governo tenham deixado seus cargos em protesto contra sua liderança.

+ Boris Johnson: ‘É doloroso não terminar meu mandato’

Sua liderança foi atolada por escândalos e erros, especialmente nos últimos meses. Seu manejo inicial da pandemia foi amplamente criticado. O primeiro-ministro foi multado pela polícia por violar as restrições contra a Covid-19 em um dos piores momentos da pandemia no Reino Unido, e uma investigação do governo sobre festas em seu escritório em Downing Street responsabilizou Johnson por falta de liderança.

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Ele também foi bombardeado por críticas de que não teria feito o suficiente para enfrentar a inflação e a crise de custo de vida no país, com muitos britânicos lutando para lidar com o aumento nos preços de combustível e alimentos. A abordagem combativa de Johnson em relação à União Europeia também pesou sobre a libra, exacerbando a inflação, que deve ultrapassar 11%.

Ainda assim, apesar da debandada e das intensas polêmicas que cercaram seu governo, o líder britânico tentou dar destaque em seu discurso de renúncia aos seus maiores feitos.

Ele destacou que foi eleito pela maior maioria desde 1987, e a maior quantidade de votos desde 1979. Johnson se disse orgulhoso do que conquistou, mencionando o Brexit – seu principal slogan sempre foi “get Brexit done” (“concluir o Brexit”) – e a campanha de vacinação contra a Covid-19, que foi a que começou mais cedo na Europa.

Ele também destacou o papel do Reino Unido na liderança do apoio à Ucrânia, acrescentando que é preciso “ficar do lado dos ucranianos até o final”.

“Sei que algumas pessoas vão ficar aliviadas, e outras vão ficar desapontadas. Mas vou apoiar meu sucessor de todas as formas”, disse. Uma pesquisa do YouGov descobriu que 69% dos britânicos achavam que Johnson deveria deixar o cargo de primeiro-ministro.

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