Depois do número de mortos pelos incêndios florestais no Havaí atingir 96 no domingo 13, a busca por desaparecidos continua nesta segunda-feira, 14. Segundo autoridades locais, a contagem de óbitos deve aumentar.
As chamas destruíram grande parte da histórica cidade turística de Lahaina, na ilha havaiana de Maui, desde a última terça-feira 8. Quase uma semana depois, equipes de bombeiros ainda lutam contra as chamas, enquanto cães farejadores vasculham escombros em busca de vítimas.
O número de mortos fez do incêndio o pior desastre natural do Havaí, superando um tsunami que matou 61 pessoas em 1960, um ano depois que o Havaí se tornou um estado dos Estados Unidos. Foi também o maior número de mortes por incêndio florestal no país desde 1918, quando 453 pessoas morreram em meio a chamas causadas por faíscas nas ferrovias e condições secas em Minnesota, segundo a Associação Nacional de Proteção contra Incêndios.
Agora, habitantes do Havaí vasculham freneticamente um banco de dados online que lista milhares de nomes de indivíduos que foram encontrados, bem como daqueles que permaneceram desaparecidos.
O governador do estado americano, Josh Green, alertou em uma entrevista coletiva no sábado 12 que o número de mortos continuaria a subir à medida que mais vítimas fossem descobertas. Cães treinados para detectar corpos cobriram apenas 3% da área de busca, de acordo com o chefe de polícia do condado de Maui, John Pelletier.
Familiares e amigos se mobilizam nas redes sociais, pedindo ajuda para localizar entes queridos desaparecidos.
“Ainda procurando pelos meus sogros”, escreveu Heather Baylosis em um post no Instagram no sábado. “Pessoas estão sendo encontradas vivas e gravemente desorientadas devido ao que passaram. Temos esperança!”
Megan Sweeting escreveu em sua página no Facebook: “DESAPARECIDO: Meu pai, Michael Misaka, está desaparecido desde o início dos incêndios de Lahaina. Se houver alguma informação sobre meu pai, por favor me avise. Só preciso saber que ele está seguro. “
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Estima-se que centenas continuam desaparecidas, embora não haja contagem precisa.
Green prometeu investigar se houve falha na resposta das autoridades ao incêndio e nos sistemas de notificação de emergência após críticas da população. Algumas pessoas disseram que quase não houve alertas, sendo obrigadas a mergulhar no Oceano Pacífico para escapar do fogo.
As sirenes de alerta sobre desastres naturais iminentes na ilha não funcionaram, enquanto falhas generalizadas de energia e linhas telefônicas dificultaram outras formas de avisos.
O custo para reconstruir Lahaina foi estimado em US$ 5,5 bilhões, de acordo com a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA), com mais de 2.200 estruturas danificadas ou destruídas e mais de 850 hectares queimados.