Hillary Clinton, ex-primeira-dama e ex-candidata à Presidência pelo Partido Democrata, declarou nesta terça-feira, 28, seu apoio oficial a Joe Biden na corrida à Casa Branca contra o atual presidente Donald Trump, do Partido Republicano. Os dois conversaram durante uma reunião virtual, praticando isolamento social devido à pandemia de coronavírus.
“Quero acrescentar minha voz aos muitos que o endossaram como nosso presidente”, afirmou Hillary, referindo-se aos inúmeros apoios que Biden recebeu no último mês, incluindo desde ex-concorrentes como o senador Bernie Sanders e a senadora Elizabeth Warren, até o ex-presidente Barack Obama.
Hillary chamou Biden de “amigo” e disse que ele “se preparou para esse momento a vida toda”. A ex-primeira-dama também criticou Trump, afirmando que ele estava despreparado para o cargo e apenas “faz papel de presidente na televisão”. Referindo-se à pandemia de coronavírus, que tem mais de 1 milhão de casos confirmados nos Estados Unidos, acrescentou que o país “precisa de um líder como Joe Biden”.
Apesar de esperado, o apoio de Hillary é significativo, porque ela é apoiada por muitos eleitores democratas, segundo a emissora americana CNN. Na corrida presidencial de 2016, quando foi candidata pelo Partido Democrata contra Trump, ganhou mais de 65 milhões de votos.
Contudo, republicanos devem aproveitar a declaração de apoio para recriar a estratégia que levou à vitória do presidente Trump há quatro anos, revivendo controvérsias e ataques que usaram contra Hillary.
ASSINE VEJA
Clique e Assine“Não há maior confirmação do establishment democrata do que Joe Biden e Hillary Clinton juntos”, disse o gerente de campanha de Trump, Brad Parscale. “O presidente Trump a venceu uma vez e agora vai vencer o candidato escolhido”.
A ex-primeira-dama foi discreta quanto ao seu apoio durante as eleições primárias no início do ano, mas intensificou seus elogios a Biden após a Super Terça – evento em que diversos estados americanos indicam seu candidato preferido para concorrer no fim do ano –, já que o único oponente do ex-vice-presidente era Bernie Sanders, de quem ela guarda rancor.
Em 2016, Sanders passou meses em seu caminho para garantir a nomeação do partido, apesar das chances quase nulas de ser o escolhido. Biden, por sua vez, já evitou esse passo em falso e fez as pazes com seu ex-oponente, consolidando uma série de demonstrações de união dentro do Partido Democrata, segundo o portal de notícias POLITICO.
Hillary concluiu seu endosso com um desejo: “Eu gostaria que ele fosse presidente agora”.
O mais recente apoio ocorre enquanto Biden inicia o processo formal de escolha de um companheiro de chapa. Ele já afirmou que sua vice será uma mulher, marcando a terceira vez na história americana que o candidato a vice-presidente de um grande partido não é homem. A jogada ajudaria a diluir alegações, que ele nega, de assédio sexual, feitas por uma ex-funcionária da época em que Biden era senador nos anos 1990.