Hong Kong retira condenações de líderes estudantis pró-democracia
Jovens haviam sido condenados por seu papel nos protestos de 26 de setembro de 2014
Três emblemáticos ativistas do movimento pró-democracia de Hong Kong ganharam a apelação de sua condenação por seu papel na chamada “revolta dos guarda-chuvas”, nesta terça-feira, depois de recorrerem à mais alta instância judicial da ex-colônia britânica.
Em agosto passado, Joshua Wong, figura-símbolo da “revolta”, Nathan Law e Alex Chow foram condenados a penas que variavam de seis a oito meses de prisão por sua participação na organização de protestos a favor da democracia no país em 2014.
Suas condenações foram decretadas por um tribunal de segunda instância, porém os três foram soltos após pagamento de fiança e recorreram à Corte de Apelações, a principal jurisdição de Hong Kong.
Nesta terça, um dos juízes da Corte, Geoffrey May, destacou que o trio recebeu penas “significativamente mais graves” do que as ditadas em primeira instância e, por isso, iria reverter a condenação.
O magistrado, contudo, alertou que “elementos de desordem ou violência devem ser dissuadidos” e que, no futuro, sentenças mais duras seriam aplicadas para organizadores de protestos e manifestações no país.
Os rapazes foram condenados por seu papel no protesto ilegal de 26 de setembro de 2014. Os manifestantes escalaram barreiras metálicas e entraram na Civic Square, uma praça situada em um complexo do governo de Hong Kong.
Essa ação deflagrou manifestações ainda maiores. Dois dias depois, começou um movimento pró-democrático de massas, em reposta às reações violentas da polícia contra as multidões, que se protegiam do gás lacrimogêneo lançado pelos oficiais com guarda-chuvas.
Durante mais de dois meses, milhares de cidadãos de Hong Kong paralisaram bairros inteiros da cidade para reivindicar a instauração de um verdadeiro sufrágio universal. Pequim, contudo, nunca cedeu.