Hospitais de Gaza suspendem operação em meio a bombardeios israelenses
Pelo menos duas instituições fecharam as portas para novos pacientes enquanto ataques aéreos seguem assolando a região
Dois dos maiores hospitais do norte de Gaza suspenderam as operações e fecharam as portas para novos paciente nesse domingo, 12, em meio aos ataques aéreos israelenses e aos intensos combates no entorno dos centros médicos. Segundo a agência Reuters, funcionários alertaram que hospitais da região estão bloqueados pelas forças israelenses e mal conseguem cuidar dos pacientes já admitidos.
Um dos principais complexos hospitalares de Gaza, o Al Shifa foi alvo de um intenso bombardeio neste sábado, fazendo com que o Hamas suspendesse as negociações para a libertação de reféns. Depois de três dias sem eletricidade, água e internet, o local “não funciona mais como um hospital”, informou a OMS. O al-Quds, outra referência na região, também suspendeu as operações.
“Os constantes tiros e bombardeios na área exacerbaram as circunstâncias já críticas. Tragicamente, o número de mortes de pacientes aumentou significativamente. O mundo não pode ficar em silêncio enquanto os hospitais, que deveriam ser refúgios seguros, se transformam em cenários de morte, devastação e desespero”, escreveu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no X, antigo Twitter.
Até o momento, três agências da ONU expressaram horror com a situação dos hospitais de Gaza. Segundo o órgão, nos 36 dias de combate, a agência registrou pelo menos 137 ataques a instalações de saúde, resultando em 521 mortes e 686 feridos – incluindo 16 médicos mortos e 38 feridos.
Israel acusa o Hamas de manter centros de comando nos hospitais, mas o grupo nega as alegações. Depois da repercussão internacional, os militares israelenses negaram que haja um “cerco” e afirmaram que o lado leste do hospital está aberto “para a passagem segura de moradores de Gaza” e recomendou que médicos, pacientes e outras pessoas que se refugiaram em hospitais da região evacuem o local.
Equipes médicas que atuam na área, no entanto, afirmam que diversos pacientes podem morrer se forem transferidos, e autoridades palestinas alegam que os bombardeios constantes tornam a evacuação perigosa.