Ignorando impactos econômicos na Rússia, Putin diz que sanções fracassaram
Presidente afirma que sanções contra a Rússia levaram a uma 'deterioração da economia no Ocidente'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira, 18, que as sanções impostas contra o país devido à guerra da Ucrânia fracassaram, já que a economia russa “está se estabilizando”. Segundo o líder do Kremlin, as punições aplicadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia estão, na verdade, afetando os próprios países que as promoveram.
Durante uma reunião com membros do governo, Putin acusou os Estados Unidos e a Europa de tentar minar a situação financeira da Rússia, causando pânico nos mercados e o colapso do sistema bancário por meio de sanções econômicas severas.
No entanto, o presidente afirmou que a estratégia de punir Moscou pela guerra na Ucrânia falhou. “A Rússia resistiu a essa pressão sem precedentes. A situação está se estabilizando, a taxa de câmbio do rublo voltou aos níveis da primeira quinzena de fevereiro e é sustentada por uma balança de pagamentos forte”, disse Putin.
Ele acrescentou que as sanções prejudicaram os próprios países europeus e os Estados Unidos, que, segundo o líder russo, enfrentam uma “deterioração econômica e queda no padrão de vida”.
Na última quinta-feira, 14, Putin enfatizou que as tentativas de substituir os recursos energéticos russos terão “consequências dolorosas” para toda a economia mundial.
As sanções estrangeiras congelaram cerca de US$ 300 bilhões (dos cerca de US$ 640 bilhões) que a Rússia tinha em suas reservas de ouro e câmbio. Bilionários russos foram especialmente atingidos, e suas empresas foram impedidas de comprar e vender fora do país.
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Até mesmo as filhas de Putin, Mariya Putina e Katerina Tikhonova, se tornaram alvos das sanções, sendo acusadas pelos Estados Unidos de esconderem ativos financeiros do pai.
Além disso, a Casa Branca anunciou o recrudescimento das medidas contra o Sberbank e o Alfa Bank, os maiores bancos da Rússia. Empresas americanas também foram proibidas de fazer negócios com as instituições ou de realizar aportes e investimentos em Moscou.
Além disso, de acordo com o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, cerca de 200.000 pessoas (só na capital) podem ficar sem emprego devido à saída de empresas estrangeiras no país. No fim de março, ele disse que ao menos 300 empresas haviam suspendido atividades em Moscou desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Como medida para pressionar o governo russo pelo fim da guerra, países da União Europeia também prometeram reduzir as importações de gás russo em 66% neste ano e romper totalmente sua dependência da energia russa até 2027.
Putin revidou com uma exigência de que os compradores do gás russo realizassem pagamentos em rublos, a moeda oficial do país. A estratégia foi vista como uma forma de forçar a valorização do rublo, que despencou mais de 30% desde o início da guerra.
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Especialistas afirmam que a economia russa enfrenta sua mais grave crise desde o colapso da União Soviética, em 1991.
Apesar de dizer que a economia está se recuperando, Putin reconheceu um forte aumento nos preços dos produtos, informando que eles subiram 17,5% em abril. O presidente anunciou que planeja tomar medidas legais sobre o bloqueio de ouro e ativos pertencentes a residentes russos, acrescentando que tal medida precisaria ser minuciosamente pensada.