Igreja do Texas reabre como memorial às vítimas do massacre
Uma semana após o massacre que matou 26 pessoas no Texas, moradores e familiares puderam visitar o local
A modesta igreja no Texas, nos Estados Unidos, onde um homem armado matou 26 pessoas na semana passada, foi reaberta neste domingo com uma cerimônia de homenagem às vítimas. Sinais do massacre foram apagados na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs e o santuário devastado foi transformado em um memorial aos mortos. Todos os bancos, carpetes e equipamentos da igreja foram removidos e o chão foi coberto de branco, com camadas de tinta ainda fresca. As janelas também foram pintadas com aquarelas.
Cadeiras dobráveis brancas foram espalhadas pela igreja, cada uma marcando o exato local onde o corpo de uma vítima foi encontrado. Uma rosa vermelha decorada com uma fita branca adornava cada encosto, que tinha o nome da vítima escrito em dourado. Apenas uma das flores era da cor rosa, para simbolizar o bebê ainda não nascido de uma das vítimas que estava grávida de dois meses, informou a CNN.
Enquanto membros da mídia eram escoltados quatro de cada vez pela capela, uma gravação de versos de escrituras sagradas podia ser ouvida. Do lado de fora, sob constante chuva, cerca de 100 familiares e outras pessoas esperavam para prestar suas homenagens.
Equipes de construção trabalharam sem parar por 72 horas para deixar a igreja “apresentável para aquelas famílias”, disse o pastor associado Mark Collins.
O pastor Frank Pomeroy liderou um grupo de cerca de 500 pessoas para o culto de domingo em uma tenda erguida em um campo esportivo a apenas alguns minutos da igreja. “Nós temos a liberdade de pegar aquele prédio que foi atacado, transformá-lo por meio do amor de Deus em um memorial, para lembrar todos, para que nunca seja esquecido que o amor nunca falha”, disse o pastor.
Na semana passada, Pomeroy declarou que o templo seria demolido. Segundo ele, seria “doloroso demais” continuar a utilizar o local para o culto. O pastor estava fora da cidade no momento do ataque, mas sua filha de 14 anos estava entre os mortos por Devin Kelley. “A mídia está impressionada porque nós não estamos com raiva, não estamos pedindo por isso ou aquilo”, disse Pomeroy, com um ar de desafio misturado com um visível luto. “Nós temos a liberdade de escolher, e, ao invés de escolher a escuridão, como um jovem homem fez naquele dia, eu digo que nós escolhamos a luz”.
Kelley, um ex-oficial da Força Aérea dos Estados Unidos expulso do serviço após ser condenado em 2012 por agredir sua mulher e enteado, invadiu a igreja e abriu fogo no domingo 5, deixando 26 mortos e vinte feridos. Após o massacre, ele se matou.
(com Reuters)