Maior instalação de enriquecimento de urânio no Irã, a usina nuclear da cidade de Natanz, a 300 quilômetros da capital, Teerã, foi palco de um incêndio na manhã desta quinta-feira, 2. Segundo a Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), as operações na usina não foram prejudicadas e ninguém morreu durante o episódio.
“[O incidente] ocorreu em um dos galpões industriais em construção na parte ao ar livre do local de Natanz. Como [o galpão] não está ativo, não há preocupação com a contaminação [radioativa]”, explicou o porta-voz da OEAI, Behruz Kamalvandi, quando o caso ainda não era oficialmente tratado como um incêndio. “Não houve mortes e nenhum dano foi causado às atividades em andamento no complexo”, acrescentou.
O episódio passou a ser tratado como um incêndio após anúncio do governador de Natanz, Ramazanali Ferdosi, que não deu detalhes sobre a causa do fogo. Autoridades da OEAI estão investigando o galpão atingido.
Especialistas em energia nuclear familiarizados com a política de enriquecimento de urânio iraniana cogitam a possibilidade de que o incêndio tenha sido um ato de sabotagem.
A usina de Natanz já foi alvo de um ataque cibernético que danificou a operação de suas centrífugas, equipamento utilizado no enriquecimento de urânio, em 2010.
Segundo o think tank americano Institute for Science and International Security, o “galpão” atingido pelo fogo desta quinta-feira era, pelo menos até 2017, uma oficina de montagem de centrífugas.
Além disso, na sexta-feira 26, foi reportada uma explosão a 30 quilômetros de Teerã, na base militar de Parchin, que, antes de 2003, foi palco de testes nucleares.
Embora as autoridades iranianas tenham afirmado que a explosão em Parchin foi resultado de um vazamento de gás acidental, alguns analistas independentes do Ocidente sustentam que o incidente pode ter sido um ato de sabotagem a uma fábrica de produção de mísseis. Nenhuma teoria, porém, foi comprovada até o momento.
“Considerando que esse suposto incidente aconteceu apenas alguns dias após a explosão perto da base militar de Parchin, a possibilidade de sabotagem não pode ser descartada”, disse um ex-funcionário nuclear iraniano.
(Com Reuters)