Ao menos quatro pessoas morreram e 15 estão desaparecidas após um intenso incêndio atingir nesta quinta-feira, 22, dois blocos de apartamentos, ambos de 14 andares, na cidade de Valência, na Espanha. Outras 15 pessoas ficaram feridas, incluindo seis bombeiros e uma criança. As flamas passaram a tomar conta do primeiro bloco às 17h30 (13h30 no horário de Brasília), no bairro de Campanar.
Para prestar socorro aos mais de 450 moradores, 16 unidades de combate a incêndios foram enviadas ao local, informaram autoridades à CNN en Español. Em razão do revestimento altamente inflamável, o fogo foi alastrado depressa. À CNN, o vice-diretor de emergências da cidade, Jorge Suárez, explicou que os bombeiros trabalhavam “exclusivamente” no resfriamento do exterior, uma vez que as “características do edifício” impediam que entrassem para combater as chamas de dentro para fora, impedindo que os residentes fossem retirados pelos agentes.
Guindastes foram utilizados nos resgates, que sofreram com fortes ventos. Mas na manhã desta sexta-feira, 23, as labaredas já haviam sido extinguidas. A prefeita de Valência, María José Catalá, afirmou que entre nove e 15 pessoas ainda não foram localizadas, ao passo que o representante regional do governo disse que 14 permanecem desaparecidas. Acredita-se que o número de mortos aumente nos próximos dias. Um hospital de campanha foi instalado na área, de acordo com a RTVE, maior grupo audiovisual da Espanha.
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Panorama da destruição
Suárez acrescentou que agentes analisam se o prédio corre risco de desabamento e orientou que a população permaneça longe do local. Cada um dos imóveis contava com 138 apartamentos, de acordo com o jornal espanhol El País. Em entrevista à emissora local La Sexta, as chamas teriam partido do quarto andar e se espalharam “em questão de 10 minutos”. As pessoas deslocadas de suas casas serão alojadas em hotéis, disseram as autoridades valencianas, que anunciaram dia de luto oficial pelas vítimas do incêndio.
Esther Puchades, vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais de Valência, disse à agência de notícias espanhola EFE que inspecionou o edifício, construído entre 2008 e 2009, anteriormente. Ele teria um material de poliuretano, não mais utilizado, e revestimento de alumínio na sua constituição, ambos inflamáveis.
No X, antigo Twitter, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, publicou um vídeo em que fala sobre o episódio desta quinta-feira. Na legenda, transmitiu “solidariedade, carinho e empatia aos familiares das vítimas” e agradeceu “aos servidores públicos pelo excelente trabalho, mesmo arriscando suas vidas”.