Ao menos 39 pessoas morreram em consequência de centenas de incêndios florestais que assolam o norte da Espanha e de Portugal, queimando terras de cultivo e forçando moradores a deixarem cidades e vilarejos, disseram autoridades locais nesta segunda-feira. O fogo deixou dezenas de feridos e um número não confirmado de desaparecidos.
Um vídeo publicado nas redes sociais mostra um motorista atravessando de forma perigosa o incêndio em uma estrada de Vagos, no Distrito de Aveiro. Em junho, dezenas de pessoas morreram carbonizadas em seus carros enquanto tentavam escapar do fogo.
Os incêndios, alguns dos quais causados deliberadamente, segundo uma autoridade, foram espalhados por fortes ventos à medida que resquícios da tempestade Ophelia passaram pela Península Ibérica. As chamas se propagaram rapidamente durante o fim de semana em uma paisagem afetada por um verão quente, e algumas chamas na região espanhola da Galícia continuavam fora de controle nesta segunda-feira, afirmaram autoridades locais.
Em Portugal, os incêndios no domingo e na manhã desta segunda-feira deixaram 36 mortos, na pior calamidade do tipo desde que uma queimada matou 64 pessoas em junho. As mortes ocorreram em zonas com vegetação densa do centro e do norte do país, em meio a condições climáticas “excepcionais”, disse a porta-voz Patrícia Gaspar, da Agência de Defesa Civil. A situação era “crítica” por causa do forte calor, afirmou ela. Uma prolongada seca e temperaturas de mais de 30º Celsius em meados de outubro foram combustível para os atuais incêndios, mas há previsão de tempo mais fresco em breve, o que deve dar alguma ajuda aos bombeiros que combatem as chamas.
Na Espanha, os corpos de duas das três vítimas, ambas mulheres, foram encontrados por bombeiros dentro de um carro queimado em uma estrada. O terceiro, um homem com cerca de 70 anos, morreu enquanto tentava salvar os animais de sua fazenda, relatou a mídia. Ao longo da fronteira espanhola, mais de 130 focos de incêndio foram registrados na região da Galícia, no noroeste do país. Milhares de pessoas tiveram de deixar suas casas.
Ao menos dezessete incêndios estavam próximos de áreas habitadas, muitos deles na província de Vigo. Escolas foram fechadas nesta segunda-feira na região e vinte aviões e 350 bombeiros combatiam as chamas. Uma leve chuva era prevista e ajudaria no trabalho contra o fogo. O premiê da Espanha, Mariano Rajoy, viajou à Galícia, sua região natal, para visitar um centro de resposta à emergência.
(com agências internacionais)