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Índia culpa Paquistão por atentado na Caxemira e promete ‘isolar’ país

Governo indiano vê responsabilidade 'direta' do rival no ataque que deixou mais de quarenta mortes na região disputada pelas duas nações

Por Da Redação
15 fev 2019, 12h16

A Índia anunciou nesta sexta-feira, 15, que pretende assegurar o “isolamento completo” do Paquistão em resposta ao atentado suicida que matou 46 soldados do país na Caxemira na quinta. O governo indiano culpa o vizinho pelo ataque e afirma que os paquistaneses têm responsabilidade “direta” no ato terrorista.

O grupo extremista Jaish-e-Mohammad (JeM), que defende a anexação da região pelo Paquistão, assumiu a autoria do atentado.

O Ministro Federal Arun Jaitley anunciou que tomará “todas as medidas diplomáticas possíveis” para excluir os paquistaneses da comunidade internacional depois de encontrar “provas indiscutíveis” de sua omissão no combate aos terroristas. “Estamos tomando todas as medidas para manter totalmente a segurança e garantir que as pessoas que cometeram esses atos de terrorismo paguem um preço alto”, completou o ministro.

Jaitley afirmou que o Paquistão está “diretamente envolvido” no atentado – o pior contra a Caxemira indiana em quase duas décadas. O governo paquistanês nega qualquer responsabilidade e lamentou a explosão do carro-bomba.

“Nós sempre condenamos atos de violência em qualquer lugar no mundo. Nós rejeitamos veementemente qualquer insinuação da imprensa e do governo indiano que busque, sem investigações, ligar o ataque ao Paquistão”, disse, em nota, a chancelaria paquistanesa.

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O conflito entre os dois países para assumir a soberania de todo o território já dura mais de setenta anos. Em 1949, tentando resolver o impasse, a Organização das Nações Unidas (ONU) cedeu um terço da Caxemira aos paquistaneses e dois terços aos indianos. Desde então, a Índia enfrenta os desafios de tutelar uma região de maioria muçulmana, culturalmente isolada no país, o que criou movimentos separatistas já no fim dos anos 1980.

Em resposta ao ataque, a Índia pretende reforçar as pressões para que o chefe da organização, Masood Azhar, seja listado como um terrorista pelo Conselho de Segurança da ONU. O governo indiano já tentou aprovar este plano de ação várias vezes mas sempre é impedido pela China, aliada do Paquistão.

Em entrevista logo após o atentado, o primeiro-ministro da Índia Narendra Modi afirmou que os responsáveis pagarão um “preço alto”. O ataque ocorreu a cerca de 20 quilômetros da capital regional, Srinagar, quando um suicida detonou um carro-bomba durante a passagem de um comboio formado por vários ônibus da Força Central da Polícia de Reserva (CRPF).

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Grupo que assumiu a ação, o Jaish-e-Mohammad foi fundado pelo religioso radicalizado Masood Azhar em 2000 e realiza ataques em território indiano desde então, incluindo o atentado de 2001 contra o Parlamento de Nova Delhi. Eles foram considerados uma organização terrorista pela Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Nações Unidas e foram oficialmente banidos do Paquistão em 2002. Apesar disso, Azhar continua livre e Islamabad nega os pedidos de extradição feitos pela Índia contra ele, alegando falta de provas.

(Com Agência EFE) 

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