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Irã ameaça desrespeitar mais uma barreira do acordo nuclear

Governo afirmou que vai enriquecer urânio acima do permitido a partir de 7 de julho; com mudança, Teerã poderá construir armas nucleares

Por Da Redação
Atualizado em 3 jul 2019, 12h12 - Publicado em 3 jul 2019, 11h21
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  • Presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante reunião com o Conselho Social do Irã, em Teerã
    Presidente do Irã, Hassan Rouhani: ameaças foram feitas em meio à crescente tensão entre Teerã e Washington (Divulgação/Reuters)

    O presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou nesta quarta-feira, 3, que o país tem a intenção de produzir, a partir de 7 de julho, urânio enriquecido a um nível superior ao limite máximo de 3,67% fixado pelo acordo nuclear de 2015.

    O aviso é uma forma de colocar pressão nos países europeus para que negociem medidas para amenizar as sanções impostas pelos Estados Unidos à indústria petroquímica iraniana.

    “Em 7 de julho nosso grau de enriquecimento deixará de ser 3,67%. Deixamos de lado este compromisso. Vamos elevar acima de 3,67% tanto quanto desejarmos e na quantidade que necessitarmos”, declarou Rohani diante do conselho de ministros.

    O acordo nuclear de 2015 estabelece um limite de 3,67% para o nível de enriquecimento do urânio. É o suficiente para ser usado na geração de energia, mas muito abaixo do necessário para a produção de armas.

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    “De (7 de julho) em diante, se vocês não operarem (de acordo com) o programa e cronograma de todos os compromissos que nos deram, colocaremos o reator de Arak em sua condição anterior”, afirmou Rouhani.

    “Ou seja, a condição que vocês dizem ser perigosa e poder produzir plutônio”, disse, referindo-se a um ingrediente essencial de uma arma nuclear. “Voltaremos a isso a menos que vocês ajam com respeito a todos seus compromissos”.

    Tensão

    Os comentários de Rohani foram feitos em meio à crescente tensão entre seu país e os Estados Unidos, que saíram do acordo nuclear, em 2018, por decisão do presidente Donald Trump.

    Em junho, Teerã anunciou que ultrapassaria os limites previamente estabelecidos para a estocagem de urânio enriquecido. Nesta segunda-feira 1, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que os iranianos haviam superado as cotas determinadas pelo acordo.

    Sob o pacto de 2015, o Irã está autorizado a estocar até 300 quilos de urânio enriquecido e água pesada produzida nesse processo, exportando qualquer excedente.

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    O acordo também estabelece que o país está autorizado a enriquecer urânio em até 3,67% – uma taxa suficiente para a geração de energia nuclear para uso civil. Antes do compromisso internacional, o Irã enriquecia urânio a 20%.

    O aumento no volume de urânio enriquecido somado ao aumento do grau de enriquecimento são necessários para permitir que o país produza uma bomba nuclear.

    Para alimentar uma usina, basta elevar a quantidade do enriquecimento de urânio do tipo U-235 de 0,7% para 3%, mas para fazer uma bomba, a concentração tem de ser enorme: no mínimo 90% de U-235. O processo, de alta tecnologia, está sujeito a diversos problemas.

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    Em 2010, por exemplo, o vírus de computador Stuxnet (supostamente criado pelos Estados Unidos ou por Israel) contaminou as centrífugas do Irã e as fez girar rápido demais, até queimar, o que atrapalhou a produção de urânio e atrasou o programa nuclear do país..

    Em paralelo, os Estados Unidos deslocaram aviões e artilharia para a região. Por sua vez, o país do Oriente Médio derrubou um drone militar americano que sobrevoava seu espaço aéreo.

    Recado

    A fala de Rohani parece ser um recado aos europeus. Seria um sinal de que a Europa ainda tem que buscar medidas para aliviar as sanções americanas sobre a indústria petroquímica iraniana.

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    “Nosso conselho para a Europa e os Estados Unidos é que voltem a pensar logicamente e retomem as negociações”, sugeriu Rohani. “Voltem ao diálogo, respeitem as legislações e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.

    Na terça-feira, governos europeus pediram a Teerã que “recue da decisão” de desrespeitar o pacto e “não tome mais medidas que possam fragilizar o acordo nuclear”.

    (Com Estadão Conteúdo)

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