O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou nesta terça-feira, 2, que os bombardeios de Israel contra a embaixada do país na Síria “não ficarão sem resposta”. No ataque da véspera, ao menos oito pessoas morreram, incluindo Mohammad Reza Zahedi, comandante das Forças Quds, que é o braço da Guarda Revolucionária do Irã para ações em território sírio e libanês.
O bombardeio ocorreu poucos dias depois de ataques israelenses na Síria matarem 53 pessoas, incluindo membros do Hezbollah, facção islâmica do Líbano, e um grande número de soldados sírios. A área atingida fica próximo a depósitos de armas do grupo militante libanês.
O que diz o Irã
Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, Raisi declarou que foi um “ataque desumano, agressivo e desprezível” e também uma “violação descarada do direito internacional”.
“Dia após dia, testemunhamos o fortalecimento da frente de resistência e o desgosto e o ódio das nações livres contra a natureza ilegítima (de Israel)”, disse o presidente iraniano.
Apesar de prometer que a questão não ficará sem resposta, ele não deu detalhes sobre como o Irã vai atuar. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, também advertiu que “o maldoso regime sionista será punido”.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, disse em uma postagem no X, antigo Twitter, que o Irã convocou o embaixador suíço em Teerã na madrugada desta terça-feira e pediu que ele entregasse uma mensagem a Washington: como aliado de Israel, os “Estados Unidos devem responder” pelas suas ações. (Na ausência de relações diplomáticas entre americanos e iranianos, a Suíça atua como representante.)
Guerra transbordando
Desde o início da guerra contra o grupo militante palestino Hamas, em outubro do ano passado, Israel tem intensificado ataques contra grupos ligados ao Irã na Síria e no Líbano, como o Hezbollah.
Israel e o Hezbollah também têm trocado disparos na fronteira sul do Líbano, em paralelo à guerra em Gaza. Mais de 270 combatentes do Hezbollah e 50 civis, incluindo médicos e jornalistas, foram mortos desde que o conflito no enclave palestino começou, enquanto 12 soldados israelenses e 25 civis morreram no norte de Israel.
A frequência dos ataques aumentou desde o início da guerra no Oriente Médio, após os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 óbitos em Israel, e no sequestro de 250 reféns (dos quais 130 permanecem em Gaza). Em resposta, a campanha militar de Tel Aviv matou pelo menos 32.552 palestinos em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o ministério da Saúde administrado pelo Hamas.