O Irã deu a largada, nesta terça-feira, 21, nas cerimônias fúnebres para a despedida do falecido presidente do país, Ebrahim Raisi. Ele morreu em um acidente de helicóptero no último domingo, e autoridades ainda investigam o que provocou a queda da aeronave na região montanhosa de Azerbaijão Oriental.
O governo iraniano planeja vários dias de luto, que vão culminar com o funeral, no final desta semana, do clérigo ultraconservador de 63 anos, que já foi visto como um potencial sucessor do atual líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
A programação desta terça-feira começará com orações e uma procissão na cidade de Tabriz, no noroeste do país, a maior cidade da região onde o helicóptero caiu. Mais tarde, os corpos das vítimas serão transferidos para a cidade sagrada xiita de Qom, onde são treinados muitos dos clérigos que compõem a elite teocrática do Irã, antes de serem transferidos para Teerã.
Na capital, estão planejadas grandes cerimônias na enorme Mesquita Grande Mosallah na quarta-feira, 22 – que foi declarada feriado nacional para que toda a população possa comparecer às procissões. Em seguida, o corpo de Raisi será transferido para o histórico santuário Imam Reza em Mashhad, onde o aiatolá Khamenei conduzirá uma missa.
Investigações
Além de Raisi, estavam no helicóptero outros altos funcionários do governo, incluindo o ministro das Relações Exteriores do país. Suas mortes deixaram a linha de sucessão do establishment da República Islâmica, que lidera a nação com mão de ferro, muito incerta. Enquanto isso, crescem tensões regionais e o descontentamento interno entre a população.
Por enquanto, não há nenhuma indicação do que pode ter causado o acidente – e por que tantos altos funcionários do governo estavam num único helicóptero, que além disso era um modelo ultrapassado. Nos primeiros momentos após a aeronave ter perdido contato na noite de domingo, a Turquia disse não conseguiu detectar nenhum sinal de socorro.
“Entramos imediatamente em contato com o lado iraniano. Eles também nos contataram, mas infelizmente foi constatado que o sistema de sinalização estava desligado, ou o helicóptero não tinha o sistema de sinalização”, disse o ministro turco dos Transportes e Infraestrutura, Abdulkadir Uraloglu, segundo a emissora estatal turca TRT.
Quando questionado se havia possibilidade de sabotagem, Uraloglu disse que era muito cedo para comentar. Mas, segundo ele, as evidências iniciais indicam que o acidente foi causado por condições climáticas adversas de neblina e chuva.
Na segunda-feira, a mídia iraniana informou que o chefe militar do país nomeou uma comissão para investigar a causa do acidente, que inclui especialistas militares e técnicos. Uma delegação de alto escalão irá ao local do acidente em Azerbaijão Oriental, de acordo com a agência de notícias iraniana Tasnim.