O Irã confirmou nesta terça-feira, 11, que realizou um recente teste de míssil recentemente, desafiando os Estados Unidos, que condenam as atividades balísticas do país.
A declaração da Guarda Revolucionária Iraniana vem semanas depois de o Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, fazer a denúncia de que o Irã conduzia testes com um modelo de míssil capaz de transportar várias ogivas e alcançar o Oriente Médio e partes da Europa.
“Continuaremos nossos testes com mísseis e essa ação recente foi um importante passo”, disse o chefe da divisão aeroespecial Amirali Hajizadeh, a tropa de elite das Forças Armadas do Irã, segundo a agência local Fars.
“A reação dos americanos mostra que este teste foi muito importante para eles e por isso eles estão chorando”, acrescentou, sem especificar qual tipo de míssil foi testado, mas destacando que o país asiático conduz mais de cinquenta operações do tipo por ano.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se encontrou na semana passada para discutir o lançamento, criticado por Estados Unidos, Reino Unido e França. Na reunião, os americanos não obtiveram uma “condenação unânime” do teste como uma “violação” dos compromissos internacionais do Irã.
Em maio, o presidente americano Donald Trump abandonou unilateralmente a Resolução 2231 do Conselho de Segurança, e voltou a impor sanções contra o Irã. Ele disse que o acordo nuclear não incluía freios ao desenvolvimento dos mísseis balísticos ou ao suporte militar iraniano a Síria, Iêmen, Líbano e Iraque. Agora, Washington acusa o país de violar o mesmo acordo.
Paris e Londres não concordam que seja uma violação, já que os princípios do acordo tinham foco em armas nucleares, mas qualificam os testes como uma “provocação”.
Nos termos da Resolução 2231, “o Irã se comprometeu a não realizar atividades ligadas aos mísseis balísticos concebidos para transportar ogivas nucleares, incluindo tiros usando tecnologia de mísseis balísticos”.
Teerã garante não ter nenhuma intenção de desenvolver armas do tipo, repetindo incansavelmente que seus projéteis e produção de mísseis são para fins de “dissuasão” e que seu “programa defensivo não pode ser parado”, segundo palavras do ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif.