Após um ataque contra uma parada militar na cidade de Ahvaz no final de semana, autoridades do Irã prometeram retaliar e acusaram os Estados Unidos, Israel, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos de terem participado do atentado que deixou 25 mortos.
O vice-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, disse nesta segunda-feira (24) que líderes americanos e israelenses devem esperar uma resposta “devastadora” de Teerã.
“Vocês já viram nossa vingança antes… Vocês verão que nossa resposta será arrasadora e devastadora e vocês se arrependerão do que fizeram”, disse Salami durante funeral das vítimas do ataque, transmitido ao vivo na televisão estatal.
“Como diz o Alcorão, cabeças vão rolar. Onde quer que estejam, vamos encontrá-los e puni-los”, prometeu.
Já o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que os atiradores que abriram fogo contra os militares iranianos foram pagos pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, dizendo que Teerã irá “punir severamente” os responsáveis pelo ataque.
O ministro da Inteligência e Segurança Nacional iraniano, Mahmoud Alavi, sugeriu que um grande grupo de separatistas árabes estava por trás do ataque e que várias pessoas já foram presas, segundo a imprensa local.
O ataque
No sábado (22), quatro atiradores dispararam contra um desfile militar na cidade de Ahvaz, onde autoridades iranianas haviam se reunido para assistir a um evento anual que marca o início da guerra de 1980-88 do Irã contra o Iraque.
Segundo o último balanço das autoridades locais, 24 pessoas morreram, entre eles 12 membros da Guarda Revolucionária, e outras 60 ficaram feridas. Os quatro agressores foram mortos.
Nesta segunda-feira, uma multidão em luto se reuniu em frente à mesquita Sarollah, no centro de Ahvaz, para um funeral organizado para 12 das 24 vítimas. Enquanto aguardavam a chegada dos caixões, a multidão agitava faixas com mensagens em persa e árabe, entre várias bandeiras do Irã.
Ahvaz, cerca de 560 km ao sul de Teerã, é a capital de Juzestan, uma região rica em petróleo com uma população majoritariamente árabe.
(Com Reuters e AFP)