Irã liberta 54.000 prisioneiros temporariamente por coronavírus
Surto matou ao menos 77 pessoas nas últimas duas semanas no país; entre os infectados estão 23 membros do Parlamento
O Irã libertou temporariamente mais de 54.000 prisioneiros nesta terça-feira, 3, em uma tentativa de conter o avanço do coronavírus nas lotadas cadeias do país. Todos os presidiários soltos foram submetidos a testes da doença.
Prisioneiros que são mantidos em regimes de segurança especiais ou cumprem penas maiores de cinco anos não receberam o benefício da saída temporária, segundo o Judiciário iraniano.
Na semana passada, a família da britânico-iraniana Nazanin Zaghari-Ratcliffe, presa no Irã desde 2016 por acusações de espionagem, afirmou que suspeitava que a mulher estivesse com coronavírus. A funcionária da agência de notícias Reuters disse estar com um resfriado muito forte e um pouco de febre.
O embaixador do Irã no Reino Unido, Hamid Baeidinejad, explicou que Ratcliffe está em bom estado de saúde. Segundo a emissora BBC, ela pode ser libertada em breve.
Mais de 90.000 casos de Covid-19 foram detectados em todo o mundo, além de 3.110 mortes desde que a epidemia começou no final do ano passado. No Irã, o surto matou ao menos 77 pessoas nas últimas duas semanas. Entre os cidadãos infectados estão 23 dos 290 membros do Parlamento.
Em Teerã, o medo esvaziou as ruas. As escolas foram fechadas em todo o país, entre outras medidas tomadas pelas autoridades para conter a propagação do vírus.
Há vários dias, os engarrafamentos monstruosos que compõem a vida cotidiana de Teerã desapareceram. A nuvem de poluição que geralmente cobre a cidade de mais de 8 milhões de habitantes também diminuiu acentuadamente com a diminuição do tráfego.
A desaceleração econômica também é palpável nas ruas. Para passar o tempo, os vendedores jogam, os funcionários limpam meticulosamente as portas e janelas dos restaurantes vazios e os taxistas buscam incansavelmente por clientes.
(Com AFP)