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Irã prende atrizes por protestos on-line contra o uso do hijab

Celebridades iranianas do cinema e do esporte foram condenadas por expressar solidariedade ao movimento antigoverno que varre o país

Por Da Redação
Atualizado em 21 nov 2022, 11h53 - Publicado em 21 nov 2022, 10h01
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  • O Irã prendeu duas atrizes proeminentes que expressaram solidariedade com o movimento de protesto do país e removeram seus lenços de cabeça em público, informou a mídia estatal nesta segunda-feira, 21.

    Hengameh Ghaziani e Katayoun Riahi foram ambas detidas após serem convocadas por promotores que investigavam suas postagens “provocativas” nas redes sociais, segundo a agência de notícias Irna.

    A ditadura dos aiatolás iranianos foi abalada por mais de dois meses de protestos, que começaram após a morte de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos de origem curda, quando foi presa pela polícia moral em Teerã.

    Autoridades da república islâmica descrevem os protestos como “motins” e acusam nações inimigas, como Estados Unidos e Israel, de ajudar a fomentar e financiar o movimento.

    + Polícia iraniana atira contra população em estação de trem em Teerã

    No sábado 19, Ghaziani publicou um vídeo em seu perfil no Instagram removendo o hijab, lenço islâmico que cobre a cabeça e cabelos.

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    “Talvez este seja meu último post”, escreveu. “A partir deste momento, aconteça o que acontecer comigo, saiba que, como sempre, estarei com o povo iraniano até meu último suspiro.”

    O vídeo mostra Ghaziani de frente para a câmera sem falar e, depois, se virando e prendendo o cabelo em um rabo de cavalo. Em outra postagem na semana passada, ela chamou o governo iraniano de “assassino de crianças”, acusando autoridades de terem matado mais de 50 menores de idade durante a repressão dos protestos.

    A mídia estatal iraniana disse que ela foi presa por incitar e apoiar os “motins” e por se comunicar com a “mídia da oposição”.

    Riahi também foi presa como parte da mesma investigação, disse a agência de notícias Irna. A atriz premiada deu uma entrevista em setembro para a Iran International TV, com sede em Londres – um veículo desprezado pelo regime – sem usar um hijab, quando expressou solidariedade aos protestos no país, bem como oposição ao uso obrigatório do lenço.

    O grupo Iran Human Rights diz que a repressão do estado deixou pelo menos 378 pessoas mortas, entre elas 47 crianças. Ao menos seis pessoas foram condenadas à morte por causa das manifestações.

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    + ONU pede libertação de milhares de manifestantes presos no Irã

    A campanha de prisões em massa atingiu esportistas, celebridades e jornalistas. O técnico de um dos times de futebol mais conhecidos do Irã, Yahya Golmohammadi, do Persepolis FC, estava entre os detidos, e o chefe da federação de boxe do Irã, Hossein Soori, disse que não voltaria para casa depois de um torneio na Espanha.

    “Eu não poderia mais servir meu querido país, em um sistema que tão facilmente derrama o sangue de seres humanos”, disse ele em um vídeo no sábado.

    Na Copa do Mundo de futebol no Catar, o capitão da seleção, Ehsan Hajsafi, disse que os jogadores do Irã querem ser a “voz” do povo em casa. “A situação no país não é boa e nosso povo não está feliz”, declarou.

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