O supremo líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta segunda-feira (04) que qualquer um que lançar um míssil contra o país “será atingido por dez” em resposta. Khamenei, porém, minimizou os temores de um eventual ataque e qualificou as ameaças como “propaganda” do Ocidente.
Houve um aumento das tensões desde que o governo do presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear iraniano e se comprometeu a restaurar as sanções contra o país, a menos que o Irã cumpra uma lista estrita de demandas.
Em discurso nesta segunda-feira, Khamenei determinou às autoridades do Irã ampliarem a capacidade de enriquecimento nuclear do país. A produção não superaria, contudo, os limites de enriquecimento de urânio previstos no acordo nuclear de 2015, que os países europeus trabalham para manter apesar da retirada americana.
O acordo alcançado pelo governo do ex-presidente americano Barack Obama, junto com Reino Unido, França, Alemanha, China, Rússia e Irã, retirou sanções internacionais contra o regime iraniano, em troca de controles sobre as atividades nucleares do país.
Israel
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, embarcou para uma viagem de três dias pela Europa. Seu principal objetivo é convencer os líderes da Alemanha, França e Reino Unido a seguirem o caminho dos Estados Unidos e se retirarem do acordo nuclear iraniano.
“Vou me encontrar lá com três líderes e vou discutir dois assuntos: Irã e Irã”, disse o premiê no aeroporto antes de sua viagem.
Em sua primeira parada, Netanyahu se reuniu com a chanceler Angela Merkel, em Berlim. Apesar dos dois líderes concordarem com a “necessidade de pressionar o Irã a restringir suas ações” no Oriente Médio, Merkel afirmou que seu país continua vinculado ao acordo e que seu propósito é não se retirar do mesmo.
“A Alemanha condena com a maior severidade todo ataque a Israel”, disse a chanceler Merkel durante coletiva, acrescentando que, apesar da gravidade das ameaças de Teerã, também pensa sobre “qual é a melhor maneira de impedir que o Irã chegue a ter armas nucleares”. Segundo a chanceler, a resposta passa por manter de pé o acordo firmado com esse país.
Netanyahu ressaltou que é “bastante extraordinário” o Irã continuar buscando explicitamente a “destruição” de Israel e “tentando fabricar uma bomba nuclear”. Além disso, criticou o fato de Teerã manter suas “agressões” na região, como na Síria, no Iêmen e no Líbano, e particularmente os avanços de seu exército em território sírio, em direção à fronteira israelense.
(Com Estadão Conteúdo e EFE)