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Irã torturou manifestantes antes de condená-los à morte, diz relatório

Segundo a Anistia Internacional, ao menos três jovens sofreram estupro e espancamentos na prisão, bem como não tiveram julgamentos adequados

Por Da Redação
30 jan 2023, 10h57

Um relatório da Anistia Internacional, divulgado nesta segunda-feira, 30, denunciou a suposta tortura de três jovens condenados à pena de morte no Irã. Segundo o documento, os homens tiveram um julgamento justo negado e foram vítimas de estupro e espancamento.

Mehdi Mohammadifard, de 19 anos, teria sido espancado e estuprado pelos guardas da prisão. A Anistia descobriu que a vítima teve ferimentos no ânus e sangramento retal, o que exigiu que o homem fosse levado para um hospital fora da prisão.

Mohammadifard foi preso na madrugada do dia 2 de outubro, depois de fugir de um interrogatório com a Guarda Revolucionária iraniana. Ele foi condenado à morte junto com Arshia Takdastan, de 18 anos, e Javad Rouhi, de 31 anos.

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Segundo a Anistia Internacional, Takdastan e Rouhi também foram repetidamente espancados na prisão. Rouhi teria levado chicotadas nas solas dos pés enquanto estava preso a um poste, e ainda teve gelo colocado em seus testículos.

Autoridades de Teerã acreditam que os três homens têm conexão com os protestos do dia 21 de setembro em Noshahr, na província de Mazandaran, que ocorreram em resposta à morte da jovem curda Mahsa Amini enquanto estava presa pelo uso “incorreto” do hijab. Eles foram acusados de “corrupção na Terra” e “inimizade contra Deus”.

A Anistia Internacional pediu que as sentenças dos jovens fossem anuladas. De acordo com o órgão, eles não tiveram direito a um advogado de sua escolha e suas audiências de custódia duraram menos de uma hora.

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“As autoridades iranianas devem anular imediatamente as condenações e sentenças de morte desses jovens e retirar todas as acusações relacionadas à sua participação pacífica em protestos. Eles também devem ordenar uma investigação rápida, transparente e imparcial para levar todos os suspeitos de responsabilidade por sua tortura à justiça em julgamentos justos”, disse Diana Eltahawy, vice-diretora da Anistia Internacional para Oriente Médio e Norte da África, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

A Anistia Internacional comunicou que vai entregar os nomes dos suspeitos de tortura dos três jovens às autoridades ocidentais.

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