O Iraque expulsou o embaixador sueco nesta quinta-feira, 20, em resposta a um planejado protesto com queima do Alcorão em Estocolmo, que também levou centenas de iraquianos a invadirem e incendiarem a embaixada sueca em Bagdá.
Em declaração, o governo iraquiano disse que seu encarregado de negócios na Suécia também deveria voltar para casa. A agência de notícias estatal do Iraque informou ainda que o país suspendeu a permissão de trabalho da empresa sueca Ericsson em seu território.
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Manifestantes em Estocolmo receberam permissão da polícia sueca para queimar o Alcorão do lado de fora da embaixada iraquiana, também nesta quinta-feira. Participantes do protesto chutaram e destruíram parcialmente um livro que diziam ser o Alcorão, mas deixaram o local sem incendiá-lo, uma hora depois.
O ministro das Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billstrom, disse que os funcionários da embaixada iraquiana estão seguros, mas que as autoridades iraquianas falharam em sua responsabilidade de proteger os diplomatas suecos de acordo com a Convenção de Viena.
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De acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia Al-Sudani, Bagdá condenou veementemente o ataque à embaixada sueca, afirmando que foi uma violação de segurança e prometendo proteger as missões diplomáticas.
No entanto, o texto também informou Estocolmo de que “qualquer recorrência do incidente envolvendo a queima do Alcorão Sagrado em solo sueco exigiria o rompimento das relações diplomáticas”.
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A manifestação iraquiana nesta quinta-feira foi convocada por apoiadores do clérigo xiita Muqtada al-Sadr, em repúdio à segunda queima do Alcorão na Suécia em poucas semanas.
Sadr, uma das figuras mais poderosas do Iraque, tem centenas de milhares de seguidores que respondem quase imediatamente quando ele os convoca às ruas. No ano passado, manifestantes pró-Sadr ocuparam a fortificada Zona Verde de Bagdá, criada após a invasão do Iraque em 2003, e travaram confrontos mortais com forças de segurança.