Israel ataca Líbano e Gaza com jatos após onda de mísseis do Hamas
Disparo de foguetes vindos do território libanês e o segundo ataque israelense à mesquita de al-Aqsa alimentam temores de uma nova escalada no conflito
Israel atingiu o Líbano e a Faixa de Gaza com aviões militares a jato nesta sexta-feira, 7, em retaliação aos ataques com foguetes na véspera atribuídos ao grupo islâmico Hamas. As tensões do conflito árabe-israelense, mais quentes após batidas policiais na mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, no início da semana, ameaçam sair do controle durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã e o início da Páscoa judaica.
Duas explosões foram ouvidas em Gaza na noite de quinta-feira 6. Não ficou imediatamente claro qual foi o alvo, mas Israel disse que seus jatos atingiram os locais pretendidos, incluindo túneis e fábricas de armas do Hamas, o grupo islâmico que controla a faixa costeira do sul.
“A resposta de Israel, esta noite e depois, cobrará um preço significativo de nossos inimigos”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após uma reunião do gabinete de segurança.
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O governo de Netanyahu discutiu o que as Forças de Defesa de Israel (FDI) descreveram como a maior onda de foguetes inimigos desde a guerra de 2006 no norte Israel. A maioria dos 34 projéteis foi interceptada, mas seis ultrapassaram suas defesas e deixaram dois feridos leves, além de um incêndio.
Quando os jatos israelenses atingiram Gaza, salvas de foguetes foram disparadas em resposta, fazendo sirenes soarem em vilas e cidades israelenses nas áreas fronteiriças. O IDF também disse que lançou ataques no Líbano atingindo “alvos, incluindo infraestruturas terroristas pertencentes ao Hamas”.
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A agência de notícias AFP relatou que houve pelo menos três explosões na cidade de Tire, no sul do Líbano, e dois projéteis caíram perto de um campo de refugiados palestinos perto da região. Um míssil caiu na casa de um fazendeiro próximo ao campo, causando danos materiais.
O canal pró-iraniano do Hezbollah, Al-Manar, informou que o bombardeio atingiu três áreas no sul do Líbano, incluindo a área do campo de refugiados.
“Consideramos a ocupação sionista totalmente responsável pela grave escalada e flagrante agressão contra a Faixa de Gaza e pelas consequências que isso trará para a região”, afirmou o Hamas em um comunicado.
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Em meio às crescentes tensões nesta sexta-feira, duas irmãs israelenses foram mortas e sua mãe gravemente ferida em um ataque a tiros na parte da Cisjordânia ocupada por colonos e assentamentos de Israel.
O exército israelense disse que busca pelos responsáveis pelo ataque. Nenhum grupo militante reivindicou a autoria dos assassinatos, mas um porta-voz do Hamas elogiou o feito.
O aumento acentuado da violência durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã e o início do feriado da Páscoa judaica ocorre após um ano de tensões crescentes no conflito israelo-palestino.
Além disso, também carrega ecos de 2021, quando confrontos em al-Aqsa durante o Ramadã – a mesma mesquita invadida por militares israelenses duas vezes nesta semana – deram início a uma guerra de 11 dias entre Israel e o Hamas. Os eventos desta sexta-feira levantam temores de uma escalada mais ampla do conflito na região.