Três palestinos foram mortos e 80 ficaram feridos nesta sexta-feira (14), na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, por soldados do Exército de Israel. Os palestinos faziam o 25º protesto do movimento conhecido como Grande Marcha do Retorno.
O porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf al Qedra, informou que uma das vítimas fatais tinha 14 anos de idade.
Iniciados em 30 de março, os protestos da Grande Marcha do Retorno exigem o fim do bloqueio imposto por Israel a Gaza desde 2007, quando a região passou a ser controlada pelo movimento político-militar Hamas. Os manifestantes clamam também pelo direito de retornarem a seus lugares de origem, em Israel.
Em comunicado, o Exército de Israel afirmou que alguns manifestantes jogaram granadas contra um veículo militar que estava ao norte do muro que separa parte da fronteira, mas que elas não feriram nenhum soldado.
Como resposta, tanques israelenses dispararam em direção a um posto de vigilância do Hamas e a outras estruturas militares que ficam nos arredores da fronteira, deixando seis feridos.
“Há 13 mil pessoas em diversos pontos da Faixa (de Gaza). Algumas lançaram bombas incendiárias, pneus em chamas e pedras. As tropas estão respondendo com métodos de dispersão e operam de acordo com os padrões de procedimento”, confirmou um porta-voz do Exército de Israel.
Além disso, nove manifestantes cortaram os arames da cerca da fronteira no sul da Faixa de Gaza, invadiram o território de Israel durante um curto período de tempo e depois retornaram.
Vários incêndios foram registrados em comunidades israelenses próximas a Gaza, provocados por balões incendiários lançados pelos palestinos ao longo do dia, segundo a imprensa de Israel.
O porta-voz do Hamas, Abdulatif al Qanu, disse a jornalistas que a estratégia adotada por Israel não trará calma nem estabilidade à região. As manifestações, segundo ele, continuarão até os objetivos do grupo serem atingidos.
Sami Abu Zuhri, também integrante do Hamas, pediu que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) se retire do Acordo de Paz de Oslo, que completou 25 anos ontem, e adote uma estratégia de “enfrentamento e resistência contra a ocupação”.
Desde o último dia 30 de março, quando teve início a Grande Marcha do Retorno, 167 palestinos morreram por disparos de soldados israelenses durante protestos ou em incidentes na fronteira. O Exército de Israel acusa o Hamas de usar os protestos para danificar o muro e para infiltrar agentes com o objetivo de cometer ataques no país.
(Com EFE)