Israel diz não haver ‘impacto direto’ de munição aérea em hospital
Governo israelense afirmou que 450 foguetes disparados de Gaza falharam e caíram dentro do território palestino nos últimos 11 dias
O Exército de Israel publicou nesta quarta-feira, 18, um relatório descrevendo supostas evidências de que um foguete palestino que falhou, e não uma de suas próprias munições, causou uma explosão em um hospital na Faixa de Gaza na véspera, na qual centenas de pessoas morreram.
O Hamas, o grupo terrorista palestino que controla Gaza, culpou um ataque aéreo israelense pelo incidente. Já Israel diz que a tragédia foi resultado do lançamento fracassado de um foguete pela Jihad Islâmica Palestina, grupo aliado ao Hamas no enclave palestino.
O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse que uma investigação “confirmou que não houve fogo das Forças de Defesa de Israel (FDI) vindo da terra, mar ou ar que atingiu o hospital”. Isso teria sido deduzido pelo inquérito porque não houve danos estruturais nos edifícios ao redor do hospital Al-Ahli al-Arabi, nem uma cratera consistente com um ataque aéreo, ou seja, nenhum “impacto direto”.
Segundo Hagari, o tamanho da explosão era consistente com o combustível não gasto de um foguete pegando fogo.
“A maior parte deste dano teria sido causada pelo propulsor, não apenas pela ogiva”, disse ele.
De acordo com o porta-voz israelense, cerca de 450 foguetes disparados de Gaza falharam e caíram dentro do território palestino nos últimos 11 dias. Ele informou que as FDI obtiveram essas informações por meio da interceptação da comunicação entre “terroristas que falam sobre foguetes falhando”, e também divulgou o que os militares disseram ser uma gravação de áudio dessa conversa, com legendas em inglês.
O porta-voz militar também acusou o Hamas de inflar o número de vítimas da explosão, dado que, de acordo com ele, seria difícil de saber tão rápido. Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo grupo terrorista, até 500 pessoas morreram no incidente, o que desencadeou protestos na Cisjordânia, outro território palestino, e em todo Oriente Médio e arredores, incluindo Jordânia e Turquia.
Antes da explosão de terça-feira, as autoridades de saúde em Gaza disseram que pelo menos 3.000 pessoas morreram desde o início dos bombardeios de Israel, em 7 de outubro, após o ataque do Hamas às comunidades do sul de Israel, no qual 1.300 pessoas foram mortas e cerca de 200 foram levadas para Gaza como reféns.