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Israel e Hamas entram em conflito na região de Gaza de madrugada

Jihad Islâmica em Gaza anunciou cessar-fogo antes dos ataques de hoje; Israel não reconhece o acordo e culpa o Hamas pelo confronto

Por Da Redação
30 Maio 2018, 10h32

Em uma escalada das hostilidades entre palestinos e israelenses, Israel atacou 25 novas posições militares do Hamas na Faixa de Gaza na madrugada desta quarta-feira (30) e foi alvo de projéteis lançados dessa região. Os bombardeios ocorreram apesar do anúncio de uma trégua pela Jihad Islâmica, negada pelo governo israelense.

Os bombardeios israelenses paralisaram a Faixa de Gaza. O Exército de Israel informou ter atingido, com sua aviação e artilharia, fábricas e armazéns de armas e foguetes, bases de treinamento, refúgios de drones e “infraestruturas militares” do Hamas, grupo político-militar que governa Gaza, e da Jihad Islâmica.

O governo dos Estados Unidos, aliado de Israel, denunciou os disparos palestinos “contra instalações civis” e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta quarta-feira.

O Exército israelense informou também que, ao longo da madrugada, seu sistema defensivo Domo de Ferro “interceptou vários projéteis” lançados da Faixa de Gaza contra Shaar Haneguev e Sdot Negev. Desde ontem, seis pessoas ficaram levemente feridas, das quais cinco eram militares.

Um foguete caiu em Netivot provocando danos. Mas não houve feridos, informou a polícia israelense, que enviou ao local especialistas para desativar o explosivo.

Milhares de israelenses das regiões adjacentes a Gaza passaram a noite em  refúgios de segurança, segundo o portal Ynet. As milícias palestinas teriam disparado 40 foguetes e bombas. O Exército de Israel responsabilizou a “a organização terrorista Hamas dos graves ataques contra civis israelenses”.

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A escalada de hostilidades teve como ponto culminante o ataque de soldados israelenses a manifestantes palestinos, na Faixa de Gaza, no último dia 14.

Mais de 60 palestinos foram mortos e cerca de 2.000 ficaram feridos quando protestavam contra a nakba (catástrofe), como denominam o aniversário da independência de Israel e a consequente guerra árabe-israelense, que resultou no deslocamento de 750 mil palestinos em 1948. Os protestos foram acirrados pela inauguração da embaixada dos Estados Unidos em jerusalém naquele dia.

Os palestinos de Gaza realizavam a Marcha do Retorno desde o fim de março. Esse movimento pedia o fim do bloqueio israelense à região. Até o último dia 14, cerca de 55 pessoas haviam sido mortas pelas tropas de Israel durante esses protestos. Depois dessa data, mais 86 palestinos foram feridos durante novos protestos.

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Trégua

Cercada por Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, a Faixa de Gaza e as zonas fronteiriças israelenses haviam registrado na terça-feira (29) desde a guerra de 2014. O lado palestino lançara 70 projéteis e foguetes e Israel revidara com 35  bombardeios. Três militantes da Jihad Islâmica e três soldados israelenses morreram.

Depois desses ataques, a Jihad Islâmica ter anunciou a retomada do cessar-fogo acordado em 2014 entre Israel e as milícias de Gaza, sob mediação do Egito.

“Em contato com a parte egípcia foi alcançado um acordo de cessar-fogo com Israel para voltar à calma, com base no acordo de 2014” , afirmou em um comunicado o porta-voz da Jihad Islâmica, Dawoud Shihab.

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Khalil al-Hayya, auxiliar do líder do Hamas na Faixa de Gaza, confirmou que a trégua fora alcançada, “graças a um determinado número de mediadores”. Mas o ministro israelense de Inteligência, Yisrael Katz, negou a existência do acordo.

“Israel não deseja que a situação se deteriore, mas quem desencadeou a violência deve encerrá-la. Israel fará pagar (o Hamas) pelos disparos contra Israel”, afirmou Katz.

A escalada de terça-feira, após semanas de violência na fronteira entre Israel e Gaza, ressuscitou a ameaça um novo conflito. Entre 2008 e 2014, a região foi cenário de três guerras. O cessar-fogo de 2014 é desafiado regularmente pelos dois lados.

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Em princípio, nem Israel nem um enfraquecido e isolado Hamas teriam interesse em uma nova guerra. Mas diplomatas e analistas afirmam que o isolamento da Faixa de Gaza, pelos bloqueios israelense e egípcio, a crise econômica local e a ausência de um horizonte político desestabilizam a situação.

(Com EFE)

 

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