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Israel: Militares protestam contra governo ‘ditatorial’ de extrema direita

Reservistas israelenses, incluindo do esquadrão de elite da força aérea, se recusam a treinar porque não estão dispostos a servir ao 'regime ditatorial'

Por Da Redação
Atualizado em 7 mar 2023, 09h41 - Publicado em 7 mar 2023, 09h10

Um número crescente de reservistas militares de Israel, incluindo membros de seu mais importante esquadrão da força aérea, passou a faltar nos treinos em protesto contra o governo de extrema direita do premiê Benjamin Netanyahu, uma medida considerada sem precedentes no país.

Em um anúncio no domingo 5, todos, exceto três dos 40 pilotos reservistas do Esquadrão 69 de elite de Israel, disseram que não participariam de um exercício de treinamento no final desta semana. Ao invés disso, compareceriam a protestos públicos generalizados, alegando que não estavam preparados para servir um “regime ditatorial”.

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O esquadrão é estrategicamente crucial, e capaz de realizar missões de longo alcance, e sua ausência enfraquece a competência operacional do exército de Israel. Oficiais de segurança também relataram recusas em obedecer ordens e insubordinação dentro das fileiras militares em serviço, como oposição aos planos do governo para limitar os poderes do Judiciário.

Os chefes de gabinete do exército e da força aérea de Israel marcaram uma reunião com pilotos de reserva – que servem regularmente em funções operacionais – nesta terça-feira, 7, após a ameaça de não comparecer ao treinamento.

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+ Escalada de violência e mortes dá o tom do início do governo de Netanyahu

“Não se trata de política ou política. Trata-se de uma crise de confiança em uma liderança que quer destruir Israel como uma democracia liberal”, disse Omer Denk, um piloto de caças F-15 de 51 anos que se aposentou do serviço ativo em 2022.

A proposta para reforma do Judiciário da coalizão de extrema direita de Netanyahu inclui a nomeação de todos os juízes da Suprema Corte pelo Parlamento israelense, o Knesset. Além disso, contém uma cláusula de substituição que permite que parlamentares anulem as decisões do tribunal. Uma mão na roda para o premiê julgado por corrupção, que ele nega ter cometido.

+ Perigo em Israel: Netanyahu forma um governo repleto de extremistas

Centenas de milhares de israelenses iniciaram protestos em massa contra a reforma, que ocorrem em quase todos os finais de semana desde o início de janeiro. Os protestos se tornaram violentos na semana passada, com repressão da polícia por meio de bombas de efeito moral e canhões de água.

+ O racha interno em Israel produz radicalização como vimos no Brasil

“Quando o governo nos chama de anarquistas e agitadores não adianta… o povo na rua, alguns de nós carregamos o Estado nas costas. Não acho que os líderes entendam o quão ruim é a crise”, disse o piloto Denk.

Na segunda-feira 6, Netanyahu chamou a decisão dos reservistas de inaceitável e uma ameaça “existencial”. No último final de semana, ele postou uma foto de sua identidade militar nas redes sociais, junto com a legenda: “Quando somos chamados para o serviço de reserva, sempre comparecemos. Somos uma nação.”

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Os reservistas são uma parte importante das forças armadas israelenses, muitas vezes convocados por até 60 dias por ano, mesmo em tempos de paz. Nunca houve boicotes nessa escala antes.

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