Imortalizada em uma capa da revista National Geographic de 1985, a afegã Sharbat Gula foi recebida recentemente como exilada na Itália, no âmbito de um programa de evacuação e acolhimento promovido pelo país. Segundo comunicado do governo italiano, Gula é um símbolo das “vicissitudes e dos conflitos que o Afeganistão e seu povo atravessam”.
Após a retomada do poder pelo grupo fundamentalista Talibã, em agosto passado, Gula fez um pedido de asilo para o governo italiano. A afegã foi imortalizada aos 12 anos pelo fotógrafo Steve McCurry, em 1984, quando tinha acabado de chegar ao campo de refugiados de Peshawar, no Paquistão, fugindo da guerra com os soviéticos.
Em 2002, McCurry reencontrou Gula no campo de refugiados de Nasir Bagh, também no Paquistão, e a fotografou novamente, levando-a mais uma vez para a capa da National Geographic. Em 2016, o governo paquistanês prendeu Gula por falsificar uma carteira de identidade em uma tentativa de permanecer no país. Na época, o então presidente afegão, Ashraf Ghani, acolheu-a novamente.
Desde que tomaram o poder no Afeganistão, os líderes do Talibã disseram que respeitariam os direitos das mulheres de acordo com a Sharia, ou Lei Islâmica. Mas de 1996 a 2001, as mulheres não podiam trabalhar e as meninas foram banidas da escola. Foram obrigadas a cobrir o rosto e a estar acompanhadas por um parente do sexo masculino quando saíssem de casa.