Japão planeja despejar água da usina nuclear de Fukushima no mar
Pescadores da região temem que ação contamine rios com substâncias radioativas, afetando sua atividade econômica
O governo do Japão aprovou nesta sexta-feira, 22, um plano para liberar no oceano a água armazenada na usina nuclear de Fukushima Dai-ichi, destruída após o desastre de 2011.
Anteriormente usada para resfriar reatores das instalações, a água está contida em enormes tanques que atingiram a capacidade de mais de 1,3 milhão de toneladas em julho.
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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, especialista da usina consideraram a operação segura, apesar da possibilidade de vestígios de trítio, partícula radioativa, serem encontrados na água após o tratamento.
A Tokyo Power Electric, companhia distribuidora de energia elétrica e operadora da usina, planeja filtrar a água contaminada para remover isótopos nocivos além do trítio.
O plano encontrou forte resistência dos sindicatos de pescadores da região, que temem o impacto ambiental que o despejo pode causar nos rios, afetando sua principal atividade econômica.
China, Coreia do Sul e Taiwan também manifestaram preocupação com a decisão do país vizinho.
O acidente em Fukushima, o mais grave desde a catástrofe em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, aconteceu após um terremoto de 9 graus de magnitude na escala Richter na região de Tohoku (nordeste japonês), em março de 2011.
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O tremor desencadeou um tsunami em todo o litoral e uma onda de quase 15 metros de altura arrasou as instalações da central nuclear, afetando os sistemas de resfriamento dos reatores e geradores de emergência situados no subsolo. Em 2012, autoridades concluíram que houve falha da operadora e agências reguladoras da usina em prevenir o incidente.