Autoridades do Japão revelaram nesta quarta-feira, 3, as primeiras descobertas de uma investigação sobre a colisão de aviões que matou cinco pessoas na véspera e chocou o mundo. De acordo com as transcrições das conversas entre a aeronave comercial da Japan Airlines e a torre de controle, os pilotos receberam permissão para pousar antes do Airbus bater em um turboélice da Guarda Costeira no aeroporto de Haneda, em Tóquio – o qual, por sua vez, não foi autorizado a decolar.
Embora cinco dos seis tripulantes da aeronave da Guarda Costeira tenham morrido no acidente – todos exceto o piloto, que escapou com ferimentos graves dos destroços –, milagrosamente, todas as 379 pessoas a bordo do Airbus consumido pelo fogo sobreviveram. As circunstâncias que rodeiam o incidente, incluindo a forma como as duas aeronaves acabaram na mesma pista, porém, permanecem incertas.
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Revelações
A investigação continua, mas as transcrições das instruções de controle de tráfego já indicam que o avião da Japan Airlines recebeu permissão para pousar, enquanto a aeronave da Guarda Costeira foi instruída a taxiar até um ponto de espera próximo à pista. Além disso, um funcionário do departamento de aviação civil do Japão disse a repórteres que não havia nenhuma indicação nas transcrições de que a Guarda Costeira tivesse recebido permissão para decolar.
Um oficial da Guarda Costeira afirmou que o capitão do seu avião, que transportava insumos destinados às pessoas afetadas pelo terremoto que matou 55 no dia de Ano Novo, disse só ter entrado na pista após receber permissão. No entanto, ele reconheceu que não havia nenhuma indicação disso nas transcrições.
“O Ministério dos Transportes está apresentando evidências objetivas e cooperará totalmente com a investigação para tomar todas as medidas de segurança possíveis para evitar [que um acidente como esse ocorra novamente]”, disse o ministro dos Transportes, Tetsuo Saito, em coletiva de imprensa.
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A investigação
De acordo com as autoridades, o Conselho de Segurança dos Transportes do Japão (JTSB) está investigando o incidente, com a participação de agências da França, onde o Airbus foi construído, e do Reino Unido, onde seus dois motores Rolls-Royce foram fabricados. O JTSB recuperou o gravador de voz da aeronave da guarda costeira.
Em paralelo, a polícia de Tóquio está investigando se houve negligência profissional, segundo os jornais japoneses Kyodo e Nikkei. A polícia montou uma unidade especial no aeroporto e planeja entrevistar os envolvidos.