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Jimmy Carter sugere que Trump é presidente ilegítimo

Ex-presidente dos EUA afirmou que atual líder só foi eleito graças à interferência da Rússia na votação de 2016

Por Da Redação
28 jun 2019, 15h22

O ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, afirmou nesta sexta-feira, 28, que Donald Trump só foi eleito presidente porque a Rússia interferiu nas eleições de 2016 a seu favor. Segundo o veterano da política americana, uma investigação completa mostraria que o republicano “não ganhou de fato”.

“Não há dúvida de que os russos realmente interferiram na eleição. E eu acho que a interferência, embora ainda não quantificada, se totalmente investigada, mostraria que Trump não venceu a eleição em 2016”, afirmou Carter.

“Ele perdeu a eleição e foi colocado no cargo porque os russos interferiram em seu nome”, disse o ex-presidente democrata em uma conferência organizada pela sua organização sem fins lucrativos, Carter Center, em Leesburg, Virgínia.

Questionado se ele acredita que Trump é um presidente ilegítimo, Carter fez uma pausa por um momento. “Baseado no que acabei de dizer, que não posso mais retirar”, respondeu, provocando risos no público.

O procurador especial Robert Mueller comandou uma investigação e concluiu que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 a favor de Trump. O relatório final sobre o caso, contudo, afirma que a campanha do republicano não atuou ao lado das autoridades de Moscou.

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Mueller também revelou que o presidente americano tentou em diversas ocasiões interferir na investigação, mas não concluiu se as ações seriam suficientes para acusar Trump criminalmente por obstrução de justiça.

Até agora, Jimmy Carter cultivava um bom relacionamento com Donald Trump. Embora já tenha feito críticas à política externa de Trump e o acusado de aprofundar as divisões raciais nos Estados Unidos, o ex-presidente também já mostrou disposição de ajudar o atual mandatário.

O democrata aceitou conversar por telefone com Trump em abril – a primeira vez que os dois se falaram – para discutir as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Carter também se ofereceu para viajar para a Coreia do Norte a fim de se reunir com Kim Jong-un em nome do atual governo, segundo um congressista democrata americano.

Em 2017, Carter disse ao jornal The New York Times que a imprensa era “mais dura com Trump do que qualquer outro presidente”.

Nesta sexta, porém, o ex-presidente foi extremamente crítico às políticas do governo Trump. Carter adotou um tom duro em relação às políticas imigratórias do presidente e à forma como a atual administração vem lidando com a Arábia Saudita.

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O democrata afirmou que os Estados Unidos vêm defendendo “tortura e sequestro de crianças pequenas” e chamou a política imigratória americana de “uma desgraça”.

Carter também criticou a resposta do governo ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi por agentes do governo saudita em outubro do ano passado em Istambul. Questionado sobre como sua administração teria respondido, o ex-presidente disse que teria pressionado por uma maior prestação de contas da Arábia Saudita.

Na semana passada, a ONU publicou um relatório que mostra haver evidências de que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, e outras autoridades de Riad estão envolvidos no assassinato de Khashoggi.

O jornalista foi morto no consulado saudita em Istambul. O reino acusou onze pessoas pelo assassinato e realiza o julgamento a portas fechadas. A identidade dos réus não foi divulgada.

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