Jornalistas morrem após explosão de mina no Iraque
Eles cobriam a ofensiva das forças iraquianas contra extremistas do Estado Islâmico em Mossul

Dois jornalistas, um francês e um curdo, morreram após a explosão de uma mina na cidade de Mossul, no Iraque, nessa segunda-feira. Stéphane Villeneuve e Bakhtiar Haddad preparavam uma reportagem sobre o avanço das forças iraquianas contra extremistas do Estado Islâmico para a emissora France 2 quando a mina explodiu, ferindo outros dois jornalistas.
Villeneuve era um veterano na cobertura de conflitos em todo mundo. Ele foi levado para o hospital da base militar americana próxima a Mossul com ferimentos graves, mas morreu pouco depois.
Haddad, que já havia sido ferido na mão ao ser baleado por um franco-atirador em Faluja, no ano passado, morreu no momento da explosão.
O Iraque é um dos países onde mais morrem jornalistas. De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 27 jornalistas foram mortos desde o início do conflito na região, reportou a rede britânica BBC.

Avanço lento
Nesta terça-feira, as forças iraquianas anunciaram o resgate de civis que fugiram da violência imposta pelos jihadistas em Mossul. O tenente-general Abdulghani Al-Asadi, um dos comandantes do Serviço Antiterrorista, afirmou que a batalha prossegue de acordo com o esperado, mas que o avanço é lento. “Enfrentamos muitos obstáculos – o tipo de terreno, o tipo de construção, as estradas e a população civil – tudo isto está freando nosso trabalho”, disse.
Al-Asadi informou que muitos civis estão fugindo da reigão. Na segunda-feira, 400 pessoas se aproximaram das posições das forças iraquianas.
O exército do Iraque iniciou no domingo a operação para retomar a área antiga de Mossul, último setor da segunda maior cidade do país que permanece sob controle do EI após meses de ofensiva.
Os jihadistas apresentam uma forte resistência, de acordo com os militares iraquianos, o que provoca temores a respeito dos civis que estariam bloqueados na área, um verdadeiro labirinto de ruas estreitas.
A ONU afirmou que o EI poderia reter mais de 100.000 civis como escudos humanos.
(Com AFP)