O julgamento de Derek Chauvin, um ex-policial de Minneapolis acusado de matar George Floyd no ano passado, começou nesta segunda-feira, 29. Ele é acusado de homicídio culposo, homicídio de segundo grau (sem premeditação) e homicídio de terceiro grau (por comportamento irresponsável).
A morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos, gerou indignação generalizada em maio passado, depois que um vídeo que capturou a abordagem do agente de segurança viralizou na internet, mostrando como Chauvin ajoelhou-se sobre o pescoço do suspeito durante mais de oito minutos.
Desarmado, o ex-segurança detido sob a suspeita de ter utilizado uma nota de 20 dólares falsa repetiu “eu não consigo respirar” diversas vezes até perder a consciência.
O incidente gerou protestos em todo o país contra a violência policial e o racismo, visto que o agora ex-policial é branco. Segundo o jornal americano The New York Times, foi o maior movimento popular pelos direitos civis desde os anos 1960.
Quase um ano depois, o caso será litigado no tribunal criminal perante um júri de 12 membros – dois homens brancos, quatro mulheres brancas, três homens negros, uma mulher negra e duas mulheres que se identificam como pardas. A composição foi observada de perto pelo país e é mais diversificada do que a cidade de Minneapolis, que é 20% negra.
Existia a preocupação de que não fosse possível formar um júri imparcial para um caso que provocou inquietação em grande escala e repercutiu em todo o mundo. Possíveis jurados tiveram que responder um questionário de 14 páginas que perguntava suas opiniões sobre uma ampla gama de tópicos, incluindo os movimentos Black Lives Matter e Blue Lives Matter (o primeiro pelos direitos de negros, o segundo por direitos dos policiais) e se o sistema de justiça criminal é racialmente discriminatório.
A seleção do júri foi definida para durar três semanas, e os jurados que já haviam sido escolhidos tiveram que ser chamados e questionados novamente depois que a cidade anunciou um acordo de 27 milhões de dólares com a família de Floyd.
Chauvin responde em liberdade após pagamento de 1 milhão de dólares de fiança. Ele pode receber uma pena de até 40 anos de prisão se for condenado pela acusação mais grave.
Seus advogados argumentaram que ele obedeceu o treinamento e que a causa principal da morte de Floyd, que o legista qualificou como um homicídio, foi uma overdose de droga.