Justiça britânica autoriza extradição de Assange para os EUA
Julian Assange está preso em Londres e alega que não tinha saúde mental para enfrentar o sistema judicial americano

A justiça do Reino Unido aprovou nesta sexta-feira (10) o pedido dos Estados Unidos para a extradição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks.
A Suprema Corte de Londres decidiu que as garantias dadas pelos americanos são suficientes para que o ativista seja tratado com humanidade. Também ordenou que um juiz de primeira instância envie o pedido de transferência ao secretário do Interior para revisão.
A noiva de Assange, Stella Morris, disse que a decisão é um “grave erro judiciário” e que seus advogados entrarão com um recurso o mais rápido possível.
No início deste ano, uma juíza de primeira instância do Reino Unido recusou o pedido de extradição por motivos de saúde, alegando que o fundador do WikiLeaks provavelmente se mataria se fosse mantido em condições severas de prisão nos Estados Unidos.
Os americanos entraram com uma apelação questionando a ideia de que a sua saúde mental o tornava vulnerável para enfrentar o sistema judicial do país, afirmando que Assange não tem histórico de doenças mentais graves ou duradouras a ponto de se machucar.
As autoridades americanas afirmaram ainda que, se ele de fato for extraditado, a sua pena será equivalente a que ele cumpriria se fosse julgado em seu país, a Austrália.
Julian Assange foi indiciado pelos Estados Unidos por 17 acusações de espionagem e uma acusação de uso indevido de computador devido à criação do WikiLeaks, site responsável pelo vazamento de milhares de documentos militares e diplomáticos.
As acusações somadas ultrapassam os 175 anos de prisão, embora o tempo máximo já aplicado a este tipo de crime tenha sido de 63 anos.
O ativista, de 50 anos, está atualmente detido em uma prisão de segurança máxima em Belmarsh, na cidade de Londres.