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Khashoggi foi estrangulado e depois esquartejado, diz Promotoria turca

Assassinato de jornalista foi planejado e corpo foi eliminado após desmembramento, segundo Istambul

Por Da Redação
31 out 2018, 13h34

O jornalista Jamal Khashoggi foi estrangulado e esquartejado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, afirmou nesta quarta-feira (31) a Promotoria da capital turca.

Segundo um documento divulgado pela instituição judicial, o jornalista “foi assassinado mediante estrangulamento, de forma planejada de antemão, imediatamente depois de entrar em 2 de outubro de 2018 no consulado da Arábia Saudita em Istambul para recolher documentos relativos ao seu casamento”.

“O corpo de Jamal Khashoggi foi eliminado mediante desmembramento, também de forma planejada, depois que o mataram por estrangulamento”, detalha o mesmo comunicado.

O texto ressalta ainda que os representantes da Promotoria turca se reuniram na segunda-feira (29) com o promotor-chefe saudita, Saud el Moyeb, que tinha chegado no dia anterior a Istambul para uma visita de trabalho.

Durante esta reunião, os juristas turcos exigiram aos sauditas por escrito a resposta de três perguntas: onde está o corpo de Khashoggi, se tinham qualquer informação sobre o planejamento prévio do assassinato, e quem é o ‘colaborador local’ que, segundo declarações de Riad, era o encarregado de desfazer-se do corpo.

A delegação saudita se reuniu com a turca mais uma vez nesta terça-feira, “e estas perguntas foram repetidas, sublinhando que se está esperando uma resposta”.

“Apesar de toda a nossa boa vontade, não obtivemos nenhum resultado concreto das conversas” com a equipe saudita, lamenta o comunicado turco.

Crítico do governo saudita, Khashoggi vivia em exílio nos Estados Unidos. No último dia 2, ingressou no consulado de seu país em Istambul para buscar documentos para seu casamento, mas não foi mais visto.

A versão divulgada pela Promotoria turca é similar a divulgada por parte da imprensa local anteriormente. Jornais e emissoras de televisão que afirmam ter tido acesso a gravações de áudio do momento da morte do jornalista já haviam dito que Khashoggi fora torturado e esquartejado.

Um dos pontos-chave da investigação turca é a equipe de quinze agentes sauditas, que chegou a Istambul na data do desaparecimento de Khashoggi e retornou aquela mesma noite a Riad A Arábia Saudita prendeu esses quinze homens, assim como outras três pessoas que viajaram para aTurquia no dia anterior ao assassinato. Mas ainda não há informação de que tenham sido indiciados por algum crime.

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As autoridades sauditas mudaram sua versão sobre os fatos em várias ocasiões. Primeiro, afirmaram que Khashoggi fora morto em uma briga com oficiais consulares. Alguns dias depois, uma autoridade do governo recuou e disse que o jornalista tinha sido assassinado em uma “operação clandestina”, não autorizada pela administração saudita.

Ao reconhecer a morte do jornalista, a Promotoria saudita anunciou a prisão de dezoito pessoas e a demissão de funcionários de segurança envolvidos nos fatos.

As explicações sauditas não convenceram. Céticos, os governos ocidentais e a Turquia exigem uma investigação “crível e transparente”.

(Com EFE)

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