Em uma discurso à Assembleia Popular Suprema, o legislativo da Coreia do Norte, o líder Kim Jong-un pediu na segunda-feira, 15, uma mudança na Constituição nacional para identificar a Coreia do Sul como o “Estado hostil número um”, dizendo acreditar que uma unificação não é mais possível e acusando Seul de tentar fomentar uma mudança no governo norte-coreano.
Em um sinal da deterioração dos laços entre as duas Coreias, que encerraram a guerra da década de 1950 com uma trégua, e não um tratado de paz, Kim disse que “não queremos guerra, mas não temos intenção de evitá-la”.
De acordo com a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, Pyongyang também irá fechar três agências que supervisionam o processo de reunificação e o turismo entre as duas Coreias.
Poucos dias depois da virada do ano, a Coreia do Norte disparou mais de 200 tiros perto da fronteira com a Coreia do Sul, levando a nação vizinha a responder com exercícios militares “correspondentes” e elevando tensões na região. A troca de tiros, que ocorreu na divisa marítima entre os dois países, obrigou os habitantes das ilhas sul-coreanas de Yeonpyeong e Baengnyeong a fugirem para abrigos antiaéreos, por instrução dos seus militares.
As águas perto da disputada Linha Limite do Norte, que incluem o Mar Amarelo, foram palco de vários confrontos mortais entre as nações vizinhas, incluindo batalhas envolvendo navios de guerra e o naufrágio de uma corveta sul-coreana em 2010 pelo que se acredita ser um torpedo norte-coreano, matando 46 marinheiros.
Recentemente, ambas as Coreias prometeram respostas militares esmagadoras caso sejam atacadas. Em novembro, a Coreia do Norte abandonou um acordo militar, assinado em 2018, cuja função era diminuir as tensões na região, depois da Coreia do Sul ter afirmado que iria retomar treinos do exército perto da fronteira.