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Kim diz que não se reuniria com Trump se não quisesse desnuclearização

Pouco antes do segundo dia da cúpula entre os dois, no Vietnã, o presidente americano declarou 'não ter pressa' para desnuclearizar a península coreana

Por Da Redação 28 fev 2019, 02h35

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse, nesta quinta-feira 28, durante reunião em Hanói com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não teria ido até a capital do Vietnã se não quisesse implementar a desnuclearização da península coreana.

“Se eu não tivesse vontade de fazer, não estaria aqui agora”, afirmou Kim, durante o encontro, ao ser perguntado por um jornalista se ele está disposto a “desnuclearizar” a península.

Trump então disse à imprensa que as palavras de Kim são “provavelmente a melhor resposta que já ouviram”.

Mais cedo, o presidente americano declarou ão ter pressa em alcançar um acordo sobre o programa nuclear norte-coreano, no início do segundo e último dia de discussões com Kim.

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A primeira cúpula bilateral em Singapura, há oito meses, terminou com uma vaga declaração sobre a “desnuclearização da península norte-coreana”, mas sem compromissos concretos, e os analistas consideram necessário que os dois chefes de Estado avancem neste novo encontro.

Desde junho, a diplomacia entre os dois líderes, que não chegam a um acordo sobre o significado desta declaração, está estagnada.

“A velocidade para mim não é importante”, disse o presidente americano na retomada das negociações em Hanói, frente a frente com Kim. É mais importante, continuou Trump, “conseguir o acordo correto” sobre o desmantelamento do arsenal nuclear do norte, assegurando que o resultado será visível “a longo prazo”.

A Coreia do Norte é alvo de várias sanções devido ao seu programa nuclear, motivo de um pico de tensões em 2017, antes de se conseguir uma distensão. Já Kim Jong Un disse que há “gente que olha com ceticismo” seu encontro na capital vietnamita com Trump, mas prometeu “obter um grande resultado, bom em última instância”.

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“Acho que nos ver passar um momento agradável será como ver uma cena de um filme fantástico”, disse o líder norte-coreano.

Após seu primeiro encontro cara a cara no luxuoso hotel Sofitel Legend Metropole, no centro de Hanói, os diálogos vão prosseguir com conselheiros, segundo a Casa Branca. Depois, está prevista uma “cerimônia de assinatura de um acordo conjunto” e uma coletiva de imprensa de Donald Trump antes de seu retorno a Washington.

‘Meu amigo Kim’

O presidente americano trabalhava sob pressão nesta questão, na qual seus antecessores fracassaram. Conseguir avanços diplomáticos lhe permitiria desviar a atenção do que ocorre em Washington, onde seu ex-advogado, Michael Cohen, deu um depoimento explosivo no Congresso.

Os dois dirigentes mostraram-se evasivos com relação aos possíveis anúncios que possam surgir desta cúpula, mas foram otimistas no início de seu encontro, na noite de quarta-feira, com um encontro cara a cara e um jantar.

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Horas antes da cúpula, previu um futuro “maravilhoso” para a Coreia do Norte se seu líder concordar em desistir de seu arsenal nuclear.

O presidente referiu-se ao líder norte-coreano como “meu amigo”, uma diferença brutal da época em que os dois trocavam insultos pessoais e ameaças de destruição no auge das tensões sobre os programas de armas norte-coreano.

“O Vietnã progride como poucos lugares no mundo. A Coreia do Norte faria o mesmo – e muito rapidamente – se decidisse se desfazer de seu arsenal nuclear”, escreveu Trump no Twitter.

Criticado pela falta de resultados tangíveis, Trump sugeriu que “os democratas deveriam parar de falar sobre o que eu deveria fazer com a Coreia do Norte e ao contrário perguntar a si próprios porque não o fizeram durante os oito anos do governo Obama?”, em alusão ao seu antecessor na Casa Branca.

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Os diálogos de dois dias visam a dar alguma definição à vaga declaração divulgada depois da histórica cúpula bilateral de Singapura.

Na ocasião, Kim se comprometeu a trabalhar “rumo à completa desnuclearização da península coreana”, mas desde então os avanços diplomáticos estagnaram devido a desavenças sobre o que isto significaria.

Trump parece ter reduzido as expectativas americanas para a cúpula, ao afirmar que ficaria feliz se Pyongyang interrompesse seus contínuos testes nucleares e com mísseis.

Os Estados Unidos também poderiam aceitar gestos simbólicos, como a abertura de um escritório de contato ou uma declaração para encerrar oficialmente a Guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um simples armistício.

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A Coreia do Norte entende a desnuclearização em um sentido mais amplo e pede o fim das sanções internacionais e o que ela considera ameaças americanas: sua presença militar na Coreia do Sul e na região em geral.

Os adversários de Trump temem que o presidente americano esteja disposto a fazer concessões demais, inclusive às custas dos aliados sul-coreano e japonês, para reivindicar a vitória e desviar a atenção do que ocorre em seu país.

Em Singapura, Trump surpreendeu seus próprios colaboradores ao anunciar a suspensão de manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, uma demanda do Norte que as considera como a simulação de uma invasão de seu território.

Os dois dirigentes, que passaram meses dos insultos pessoais e ameaças apocalípticas a declarações “de amor” de Donald Trump, devem concretizar os compromissos assumidos em seu primeiro encontro, que muitos consideram um teatro.

(Com EFE e AFP)

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