Kim Jong-un convoca soldados norte-coreanos a se prepararem ‘para uma guerra real’
A declaração foi dada durante um exercício militar, segundo a imprensa estatal da Coreia do Norte
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pediu que seu exército se prepare para uma “guerra real” que pode ocorrer “a qualquer momento”. A declaração foi compartilhada pela imprensa estatal de Pyongyang nesta quinta-feira, 24, e teria sido dada durante uma competição de tiros entre unidades de artilharia.
Imagens da emissora norte-coreana KCTV mostram Kim observando soldados de artilharia disparando projéteis ao mar. Nas fotos, o ditador acompanha tudo de binóculos a partir de um posto de observação, ao lado de dois oficiais. A região do país onde o episódio ocorreu não foi divulgada.
Além de instar os militares a se prepararem para um conflito no futuro próximo, Kim pediu que seus soldados tornem-se capazes de “destruir o inimigo em todas as batalhas”, informou a agência de notícias estatal KCNA. As declarações do ditador acontecem após o envio de militares e armamentos norte-coreanos à Rússia, com o objetivo de auxiliar o país no conflito contra a Ucrânia, que se arrasta há mais de três anos.
Em 2024, Pyongyang disponibilizou mais de 10 mil soldados a Moscou, enviando as tropas para a região russa de Kursk, segundo agências de inteligência ocidentais e sul-coreanas. Além disso, a Coreia do Norte também contribuiu com mísseis, sistemas de foguete de longo alcance e projéteis de artilharia.
Até o momento, aproximadamente 600 soldados norte-coreanos morreram no conflito contra a Ucrânia, enquanto milhares de outros ficaram feridos em decorrência dos combates, segundo informações da Coreia do Sul.
+ Vídeo: Kim Jong-un se emociona em tributo a soldados norte-coreanos mortos na Ucrânia
Parceria com a Rússia
Recentemente, durante um encontro com o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, o líder norte-coreano ofereceu apoio total ao regime de Vladimir Putin. No ano passado, durante visita do presidente russo a Pyongyang, as duas nações assinaram um acordo militar que inclui uma cláusula de defesa mútua.
Após anúncios conjuntos contendo críticas aos Estados Unidos e seus aliados, Kim descreveu o acordo como “pacífico e defensivo”. Já Putin disse que o texto prevê, entre outras coisas, “assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes deste acordo”.
O site do Kremlin indica que o pacto também inclui “cooperação na área da saúde, educação médica e ciência”. Putin defendeu o direito da Coreia do Norte de se defender e afirmou que “a Federação Russa não exclui a cooperação técnico-militar com a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país)”.
Em coletiva de imprensa após as negociações, Putin afirmou que a dupla discutiu muitos assuntos internacionais, e que Moscou e Pyongyang permanecem uma frente unida contra os “regimes de sanções” de outros países. Segundo ele, os bloqueios econômicos que ambas as nações sofrem – a Coreia do Norte por investir em armas nucleares e a Rússia pela guerra na Ucrânia – teriam “motivação política”.
Kim descreveu Putin como “o amigo mais querido do povo coreano” e disse que ele está “ao lado dos camaradas russos – os nossos mais honestos amigos e camaradas”.

