Kim Jong-un reconhece erros na condução econômica da Coreia do Norte
Líder norte-coreano admitiu durante abertura de congresso nesta quarta-feira que sua estratégia de desenvolvimento fracassou em 'quase todos os âmbitos'
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, admitiu durante a abertura do congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK) nesta quarta-feira, 6, que sua estratégia de desenvolvimento econômico do país fracassou em “quase todos os âmbitos”
Em discurso, o chefe supremo do país mencionou o fracasso do plano quinquenal de desenvolvimento econômico adotado no último congresso de 2016. Os resultados ficaram “muito abaixo de nossos objetivos em quase todos os âmbitos”, afirmou, de acordo com a agência oficial de notícias KCNA.
“Temos a intenção de analisar profundamente (…) nossas experiências, lições e os erros cometidos”, prometeu Kim.
O oitavo congresso do WPK começou na terça-feira em Pyongyang na presença de 7.000 delegados e participantes. Nenhum deles usava máscara, de acordo com as fotos divulgadas pelo jornal oficial do partido, Rodong Sinmum.
O congresso é a reunião mais importante do partido governante. Analistas examinam cuidadosamente o evento em busca de qualquer mudança nas orientações políticas ou na designação de altos funcionários. O sétimo congresso, celebrado em 2016, o primeiro em quase 40 anos, contribuiu para forjar o status de Kim como líder supremo e herdeiro da dinastia que está no poder há sete décadas.
Apesar de a imprensa estatal não ter divulgado números, alguns fatores externos podem ter contribuído para a derrocada econômica do país. Além de ter sido atingida duramente com sanções internacionais que visam pressionar Pyongyang a abandonar seu programa nuclear e de mísseis balísticos, a pandemia de Covid-19 forçou o fechamento das fronteiras entre a Coreia do Norte e sua principal parceira comercial, a China.
Pyongyang afirma que não registrou nenhum caso de Covid-19, mas os especialistas duvidam da informação. O mais perto de um caso registrado oficialmente no país foi uma “possível contaminação” em julho de um cidadão norte-coreano que fugiu para a Coreia do Sul e depois retornou ilegalmente à capital. A Coreia do Sul, por sua vez, soma mais de 65.818 casos, incluindo 1.027 mortes.
Não é a primeira vez que Kim admite ter fracassado com a população. Em outubro de 2020, o ditador norte-coreano chorou durante uma parada militar em Pyongyang e pediu desculpas ao país por falhas na gestão.