O líder norte-coreano, Kim Jong-un, que raramente sai do país, vai fazer uma visita à Rússia “nos próximos dias”, confirmou o Kremlin nesta segunda-feira, 11. Embora autoridades russas não tenham confirmado, a mídia estatal da Coreia do Norte afirmou que Kim “vai se encontrar e conversar” com o presidente russo, Vladimir Putin, provavelmente na tarde de terça-feira.
“A convite do presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, o presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong-un, vai fazer uma visita oficial à Rússia nos próximos dias”, disse o Kremlin em comunicado.
Apesar da confirmação, Pyongyang e Moscou não especificaram uma data exata para a visita. Mais cedo, um funcionário do governo da Coreia do Sul disse à emissora de televisão CNN que Kim já parecia estar em um trem com destino à Rússia. A locomotiva teria partido de Pyongyang e está a caminho de Vladivostok, cidade russa que faz fronteira com a China e a Coreia do Norte.
+ Kim Jong-un revela ‘submarino de ataque nuclear’ da Coreia do Norte
O jornal norte-americano The New York Times havia publicado sobre a possibilidade do encontro no início da semana passada, alegando que também há possibilidade de Kim viajar até Moscou após chegar em Vladivostok.
Analistas acreditam que o principal tópico da reunião pode ser um possível acordo de cooperação bélica entre a Rússia e a Coreia do Norte. A Casa Branca já havia afirmado que Kim e Putin estavam trocando cartas para discutir o assunto.
Em julho, como parte das comemorações dos 70 anos do armistício que levou ao fim da Guerra da Coreia, Kim acompanhou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, a uma exposição de mísseis balísticos em Pyongyang. A exibição tinha entre os projéteis mísseis com capacidade nuclear banidos sob o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Durante o encontro, Shoigu deu a Kim uma carta escrita por Putin, segundo a mídia estatal norte-coreana. O líder então agradeceu ao presidente russo, dizendo que a visita aprofundou as relações “estratégicas e tradicionais” entre a Coreia do Norte e a Rússia.
Para além das comemorações, a visita de Shoigu também teve um peso importante para o país isolado, à medida que é o primeiro ministro da Defesa russo a visitar a Coreia do Norte desde a queda da União Soviética.
Em agosto, o líder norte-coreano demitiu seu principal general em meio a uma mudança na liderança militar do país e orientou seu Exército a “se preparar para uma guerra”. Analistas acreditam que a mudança recente pode ser uma medida para que ninguém abaixo de Kim se torne muito poderoso, e ocorre depois que, na Rússia, o importante comandante paramilitar Yevgeny Prigozhin organizou uma revolta contra Vladimir Putin.