Kremlin quer ‘zona sanitária’ na fronteira com Ucrânia devido a ataques
Kiev aumentou investidas contra o território russo nos últimos meses, especialmente na cidade de Belgorod; Putin já havia defendido medida
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse nesta segunda-feira, 18, que a única maneira de proteger o território do país contra ataques vindos da Ucrânia era criar uma “zona tampão” que tiraria alvos como a região de Belgorod do alcance de mísseis e invasões terrestres. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já havia defendido medida semelhante no ano passado e o fez novamente após ser reeleito no domingo 17.
Segundo Peskov, drones e mísseis ucranianos já atingiram instalações públicas e edifícios residenciais, e por isso “devem ser tomadas medidas para proteger estes territórios”.
“Eles só podem ser protegidos criando algum tipo de zona tampão, de modo que qualquer meio que o inimigo use para nos atacar fique fora do alcance”, afirmou.
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Planos do líder
Depois de vencer a eleição presidencial no final de semana, que a comunidade internacional considerou “ilegítima”, Putin voltou a defender a medida.
“Não excluo que, tendo em conta os trágicos acontecimentos que ocorrem hoje, seremos forçados em algum momento, quando considerarmos apropriado, a criar uma certa ‘zona sanitária’ nos territórios hoje sob o regime de Kiev”, disse o mandatário russo, acrescentando que essa zona precisaria ser grande o suficiente para impedir que armas de fabricação estrangeira atinjam o território russo.
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Ele não deu mais detalhes ao ser questionado se considerava necessário que a Rússia tomasse a região ucraniana de Kharkiv, que faz fronteira com Belgorod, uma província russa que tem sido atacada regularmente pelas forças de Kiev desde 2022.
As forças russas tentaram conquistar Kharkiv em fevereiro de 2022, data do início da guerra, mas foram expulsas da maior parte da área numa contraofensiva ucraniana em setembro daquele mesmo ano. Depois disso, Moscou anunciou ter anexado quatro regiões ucranianas – Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson –, embora não controle totalmente o território de nenhuma delas.