Las Vegas: Hillary Clinton critica Associação Nacional do Rifle
Ex-candidata à presidência americana pede para "fazer frente" ao lobby da NRA a favor da legalização de silenciadores nos Estados Unidos
A ex-candidata à presidência americana Hillary Clinton prestou sua solidariedade às vitimas do ataque a tiros em Las Vegas que deixou 59 mortos e 527 feridos e criticou a Associação Nacional do Rifle (NRA), o principal grupo pró-armas dos Estados Unidos, que atualmente faz lobby para que entre em vigor uma lei que legaliza a compra de silenciadores.
“O público fugiu ao som dos disparos. Imagine o número de mortes se o atirador usasse um silenciador, algo ao que o NRA deseja facilitar o acesso”, escreveu Hillary em sua conta no Twitter. “Nosso luto não é o suficiente. Podemos e devemos deixar de lado a política, fazer frente à NRA, e trabalhar juntos para tentar impedir que isso aconteça novamente”.
A medida para a liberalização da venda de silenciadores seria votada no Congresso nesta semana, e contava com o apoio da maioria dos membros da casa. Atualmente, a lei em vigor, de 1934, diz que o acessório faz parte da mesma categoria de “armas destrutivas” como granadas, lançadores de foguetes e metralhadoras, e para sua compra é necessário o registro federal e uma licença especial – um processo que pode demorar até nove meses e custa 200 dólares.
Os primeiros debates sobre a lei seriam conduzidos no dia 14 de junho, mas a data teve que ser adiada para setembro. Naquele dia, membros do Partido Republicano foram alvos de um ataque a tiros nos arredores de Washington por um homem portando um fuzil. Várias pessoas ficaram feridas, entre elas o deputado Steve Scalise. A expectativa era que a lei fosse aprovada na Câmara, mas barrada no Senado pelos Democratas.
De acordo com os críticos da proposta, a facilitação no acesso a silenciadores tornaria mais difícil identificar de onde são feitos os disparos em casos como o ocorrido em Las Vegas. A medida apoiada pela NRA também é vista como um alivio à indústria das armas de fogo nos Estados Unidos, que vem registrando queda nas vendas no país nos últimos anos.