O veterano líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, contestou os resultados das eleições presidenciais, aguçando um confronto político que tomou conta do país do leste da África. De acordo com informações de uma emissora local, Odinga submeteu, nesta segunda-feira, 22, uma petição no Supremo Tribunal Federal, exigindo a recontagem dos votos do pleito de 9 de agosto.
“Depois de hoje, haverá quatro dias para as outras partes responderem”, explicou Daniel Maanzo, advogado do candidato.
Na semana passada, Odinga rejeitou o resultado da votação, classificando-a como uma “farsa”. Apesar de ter sua candidatura apoiada pelo atual presidente queniano, Uhuru Kenyatta, ele foi derrotado pelo vice-presidente, William Ruto, por uma pequena margem.
O presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebukati, declarou Ruto o vencedor com 50,49% dos votos contra 48,5% de Odinga. Quatro dos sete comissários eleitorais também discordaram do resultado, dizendo que a contagem dos votos não foi transparente.
Esta é a quinta tentativa de Odinga na presidência. Em eleições anteriores, o conflito entre apoiadores do candidato e as forças policiais custou mais de 100 vidas em 2017 e mais de 1.200 em 2007.
Em 2017, o Supremo Tribunal anulou o resultado da eleição e ordenou uma reprise do pleito. No entanto, a nova votação foi boicotada por apoiadores de Odinga e o comparecimento às urnas foi de menos de 39%.
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O caso será ouvido pela Suprema Corte de sete membros e presidido por Martha Koome, a primeira mulher no cargo de chefe de justiça do Quênia, que foi nomeada por Kenyatta no ano passado.
Em seguida, o tribunal realizará uma conferência de status com todas as partes para definir o cronograma da audiência e as regras básicas. A constituição exige que os juízes emitam sua decisão no prazo de 14 dias após o ajuizamento da ação.
Em jogo está o controle do país mais rico e estável da África Oriental, que abriga sedes regionais de empresas como General Electric, Google e Uber. O Quênia fornece forças de manutenção da paz para a vizinha Somália, e frequentemente hospeda negociações de paz para outros países da região turbulenta.